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Cadeia produtiva de ovinos do RS é debatida na Embrapa Pecuária Sul

Estiveram reunidos na última semana, na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS), produtores rurais, representantes da indústria e do varejo, além de pesquisadores para discutir temas relacionados à cadeia produtiva da ovinocultura no Rio Grande do Sul


 Os eventos fazem parte do projeto Desenho de uma Estratégia para Diferenciação de produtos da Agricultura Familiar sobre a Base de seu Vínculo com o Território, que está sendo desenvolvido em parceria entre a Embrapa Pecuária Sul e o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), da Argentina, e financiado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O projeto está estudando a viabilidade e a potencialidade de criação de uma Indicação Geográfica (IG) para os cordeiros produzidos na região do Alto Camaquã, no Brasil, e da Mesopotâmia, na Argentina.

De acordo com o pesquisador Marcos Borba, coordenador do projeto no Brasil, o principal resultado da programação realizada durante a semana, foi a possibilidade de ouvir os diferentes atores da cadeia da ovinocultura. “Durante os debates ficou claro as oportunidades de crescimento tanto de oferta quanto da qualidade da carne ovina”, ressaltou Borba. No final das atividades, os pesquisadores dos dois países, foi elaborada uma nova agenda de ações que serão desenvolvidas até o final do ano, quando um novo seminário deve ser realizado em Bagé. O projeto entre as duas instituições começou no ano passado e será concluído em agosto de 2014.

 As atividades se iniciaram no dia 08, quando participaram de uma reunião de trabalho pesquisadores da Embrapa e representantes de frigoríficos que abatem ovinos e também de pontos comerciais. No encontro, foram apresentados os projetos desenvolvidos no centro de pesquisa relacionados com a ovinocultura e também informações já levantadas sobre a cadeia produtiva. O pesquisador Jorge Sant’Anna, por exemplo, apesentou os resultados preliminares da pesquisa sobre aspectos socioeconômicos da cadeia na ovinocultura. Sant’Anna ressaltou aspectos ligados tanto à indústria quando ao varejo, mostrando tanto os problemas apontados pelos entrevistados quantos às oportunidades e potencialidades da atividade.

Já no segundo dia foi o momento de um encontro com produtores rurais que tem a ovinocultura como uma das principais fontes de renda. Cerca de 80 produtores da região do Alto Camaquã participaram do encontro que, entre outros temas, debateu os sistemas de produção deste território e a caracterização da carne ovina produzida. Segundo Marcos Borba, pesquisas que estão em andamento na Embrapa Pecuária Sul, vão mostrar cientificamente as características desta carne, possibilitando assim a definição de aspectos que possam diferenciar o produto no mercado consumidor. “Sabemos que os ovinos na região são produzidos basicamente a base de pastagem natural, o que já um grande diferencial. Mas precisamos de informações que balizem uma estratégia comercial de diferenciação deste produto, que agregue valor e resulte em maior renda para todos os elos da cadeia”, resumiu Borba.

  Os dois últimos dias foram reservados para reuniões técnicas entre os pesquisadores das duas instituições, além da participação de Raul Pedreira, do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). No encontro, pesquisadores da Embrapa apresentaram os primeiros resultados de pesquisas em andamento: aspectos físico-químicos da carne, desenvolvida por Elen Nalério; caracterização das carcaças e carne do Alto Camaquã, apresentado por Sergio Gonzaga; caracterização da gordura, projeto do pesquisador Sérgio Juchem; diversidade florística das pastagens naturais e o impacto da atividade ovina sobre ela, liderado por Danilo Santana; e caracterização do território Alto Camaquã, desenvolvida pelo analista Danilo Rocha. “São pesquisas que ainda estão em desenvolvimento, mas que já trazem bons resultados. Temos ainda muito trabalho pela frente neste e em outros projetos que visam a qualificação e a melhoria da produção de cordeiros, especialmente na região do Alto Camaquã”, finalizou Marcos Borba. 

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