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Cães especializados são as estrelas da feira pet

Duas cadelas fêmeas formam a dupla de “ Cães de Resgate”, uma ONG fundada por Marcelo Coruso, bombeiro da FAB


Nina é uma springer spaniel marrom e branca muito especial. É um dos únicos dois cães ‘civis’ especializados em resgate no Rio de Janeiro. Por onde passa na Rio Vet Trade Show, feira de veterinária e pet que acontece até sábado (11-08), no Riocentro, é recebida com deferência. Junto com Dolly, outra fêmea da raça boiadeiro australiano (aquele do filme Mad Max), forma a dupla da “ Cães de Resgate”, uma ONG fundada por Marcelo Coruso, bombeiro da FAB e membro da 1ª União de Montanhistas, que faz um trabalho voluntário de resgate em todo o país. Foi ele que, em 2002, achou os corpos do casal sob os escombros no hotel São José, em plena Av. 1º de Março, no centro do Rio. Foram 72 horas de busca. Frustradas. O casal já não estava com vida.

Marcelo conta que só faz esse trabalho voluntariamente e, mesmo assim, quando é chamado. Só treina e agrega a sua equipe cães ‘rejeitados’ pelo antigo dono. No caso do hotel, a principal responsável pelo resgate dos corpos foi outra Nina, uma labradora que, aos 14 anos, morreu “ de velhice”. Em homenagem a ela, a springer spaniel herdou o mesmo nome. Ele conta que fazia exatamente um ano do atentado às torres gêmeas: 11 de setembro. Estava passando por acaso no local (na época morava na Glória) e, quando viu a tragédia, ofereceu a ajuda dos cães de resgate, prontamente acolhida. Para o governo do Espírito Santo, a "Cães de Resgate" já permaneceu 14 dias com seus cães reastreando 250 km quadrados de florestas de eucaliptos.

Treinado em Huston, nos Estados Unidos, o especialista conta que a profundidade em que o corpo está sob escombros ou terra não impede um cão de farejá-lo. “ Uma gota de sangue diluída em um bilhão de litros d’ água pode ser farejada por um cão treinado”, atesta. O adestramento é uma brincadeira para os animais. Numa bolinha de borracha é adicionado o odor característico do corpo humano (suor, sangue etc). Buscando a bolinha e recebendo um prêmio quando a encontra, o cão aprende a fazer buscas. Marcelo diz que cada animal tem uma especialidade: restos humanos, explosivos, drogas, dinheiro, alimentos, contrabando e até identificar se uma pessoa tem câncer (neuplasias), com índice de 90% de acerto. Ele conta que em Israel cães estão sendo treinados até para identificar homens-bomba. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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