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Café arábica alcança o mais alto preço em cinco anos

A escassez mundial é decorrente de uma menor safra brasileira em 2007/08


A escassez mundial de café, decorrente de uma menor safra brasileira no ciclo 2007/08, fez com que os preços do arábica pagos ao cafeicultor alcançassem em novembro o mais alto nível desde maio de 2001. O Índice de Preço Pago ao Produtor (Ipep), calculado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), mostra que no mês passado o valor da saca do arábica de 60 quilos - que cresceu pelo sexto mês consecutivo - chegou a US$ 116,18, o equivalente a R$ 251,06. A cifra é 13,18% maior que a de novembro do ano passado e 11,06% superior que a do mês anterior. A média de preço até novembro foi US$ 104,79, 1,33% mais que a média de todo o ano de 2005.

Depois de atingir o pico de baixa, em julho de 2002, quando a saca chegou a US$ 45, o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga Pires, diz que os preços vêm crescendo paulatinamente pelo equilíbrio entre a oferta e demanda. Nos últimos seis meses o ritmo acelerou pela queda da safra brasileira, estimada em até 26,9% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devido à bianualidade baixa e clima desfavorável que prejudicou a formação dos brotinhos.

Os ganhos de dentro da fazenda responderam em novembro por 86,80% do valor do produto vendido, ante 83,6% em novembro de 2005 e 84% em outubro deste ano. "Os preços do café devem continuar em alta, pelo menos até o primeiro semestre do próximo ano, já que a safra brasileira começará a ser colhida em maio, garantindo o abastecimento do produto. No sul de Minas Gerais, a saca de café deve chegar a US$ 130 a US$ 135, em média, em dezembro", segundo o economista da Safras & Mercado, Gil Barabach. Na primeira metade de 2007, o preço da saca deve oscilar entre US$ 150 a US$ 160 na região mineira.

A expectativa é de um déficit mundial de nove milhões de sacas em 2007. A produção deverá cair de 122 milhões neste ano para 113 e 114 milhões de sacas no ano que vem devido à menor oferta do País. O consumo estimado em 120 milhões de sacas neste ano poderá ficar entre 120 e 121 milhões em 2007. Em novembro, o preço médio da exportação (FOB) foi de US$ 122,10 a saca, 5,48% mais que em novembro de 2005 e 0,65% mais que em outubro.

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