Café guardado a espera de melhores preços

Com a crise financeira internacional, o preço do café na Bolsa de Nova York está mais baixo que o praticado ano passado. No mercado interno, pouca gente se arrisca a fazer negócios.

A colheita já acabou na fazenda em Guaxupé, no sul de Minas. Das 7,5 mil sacas, reduzidas em 180 hectares, o agricultor Mário Guilherme do Valle estocou 90% na cooperativa.

“O importante hoje é guardar o produto para que possamos vender no melhor momento de mercado, tão logo que essa crise passe”, esclareceu seu Mário.

Com a queda progressiva do preço da saca do café no mercado internacional, principalmente na Bolsa de Valores de Nova York, esta tem sido a saída encontrada pelos cafeicultores que exportam o produto. Para tentar fugir do prejuízo, os produtores deixam a venda para mais tarde. O resultado são armazéns lotados, com a capacidade de recebimento dos grãos quase esgotada.

O volume armazenado na cooperativa de São Sebastião do paraíso é 20% maior do que em 2006, que foi um ano de safra semelhante à atual. Em setembro daquele ano, a cooperativa mandou para o exterior 62 mil sacas de café. No mês passado, a quantidade exportada foi bem menor, de 48 mil sacas.

Na cooperativa de Guaxupé está metade das cinco mil sacas produzidas pelo agricultor Luiz Henrique Ribeiro. Ele não tem dada prevista para retirar os grãos do armazém.

“Hoje, estamos vendendo o café bom entre R$ 240,00 e R$ 250,00, com um custo de produção de aproximadamente R$ 300,00. Então, temos que fazer todo o esforço para segurar o máximo possível de café para ver se tem uma recuperação de preços”, disse seu Luiz Henrique.

O preço internacional do café está 15% mais baixo que o praticado no mesmo período do ano passado.