Café solúvel quer agilidade do governo na OMC
A indústria brasileira pede agilidade para entrar com uma ação na OMC a fim de retirar a tarifa de importação de 9% da UE
A indústria brasileira de café solúvel pede agilidade do governo para entrar com uma ação na Organização Mundial do Comércio (OMC) a fim de retirar a tarifa de importação de 9% que incide sobre o produto brasileiro na União Européia desde janeiro do ano passado. Ao mesmo tempo, o bloco isentou a importação do café solúvel da Colômbia e África.
"Ficamos numa situação de pouca competitividade’’, disse o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Cafés Solúveis (Abics), Mauro Malta. A assessoria de imprensa da Câmara de Comércio Exterior (Camex) informou que o órgão está monitorando as vendas do setor para serem discutidas em reunião, ainda sem data marcada.
Malta disse que essa medida foi a principal responsável pela queda de 9,25% verificada nas exportações brasileiras de café solúvel no ano passado para o bloco europeu. Os embarques caíram de 762,8 mil sacas para 692,20 mil sacas no ano seguinte. No total, as vendas externas do setor foram quase 17% menores - somando 67,831 mil toneladas. A expectativa era de avanço de quase 5% (85,811 mil toneladas). Já a receita caiu menos (0,5%) devido a recuperação dos preços, somando US$ 385,148 milhões.
O executivo critica ainda a desvalorização do dólar ante o real que reduz a rentabilidade das exportações; a elevação dos custos logísticos e da carga tributária brasileira que aumentam os custos de produção e tiram a competitividade no mercado externo.
Malta ressaltou que se a tarifa persistir, o Brasil deverá perder mais mercado neste ano para os concorrentes naquele continente, já que a indústria trabalha com contratos de longo prazo que correm risco de não serem renovados diante da pouca competitividade.