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Café tem valorização de 4,64% na semana


O mercado de café teve mais uma semana de altas, demonstrando que as bolsas estão buscando novos patamares de preços, devido à redução da produção mundial de café e à conseqüente queda da oferta internacional do produto. Durante a semana a OIC, divulgou que, no ano de 2003, o consumo de café atingiu 111,7 milhões de sacas e a produção mundial totalizou 102,48 milhões de sacas. Ou seja, o consumo superou a produção em 9,22 milhões de sacas. É a primeira vez, desde 1997, que o consumo é maior que a produção. Ao mesmo tempo em que números como esses são revelados, os fundos têm se mantido fortemente comprados, dando suporte às altas nas bolsas. De acordo com o relatório dos traders divulgado na sexta-feira, dia 23 de janeiro, os fundos detinham, em 20 de janeiro, 9.941 posições líquidas compradas, frente às 6.300 posições da semana anterior. Esse posicionamento dos fundos proporcionou uma forte alta nos contratos futuros de café arábica, negociados em Nova Iorque, no fechamento da semana, mesmo com a bolsa tendo operado apenas 4 dias, em razão do feriado de Martin Luther King, na segunda-feira. Após o fechamento dos negócios da sexta, o contrato de março contabilizou alta de 330 pontos na semana, ficando cotado a 74,45 centavos de dólar por libra peso, o que representa valorização de 4,64% em relação ao fechamento da sexta-feira anterior. Maio ascendeu 335 pontos (4,60%), fechando a semana em 76,15 centavos de dólar, enquanto julho teve alta acumulada de 320 pontos (4,30%), sendo cotado a 77,60 centavos de dólar por libra peso.

Já as cotações do café robusta, na bolsa de Londres, não apresentaram o mesmo desempenho positivo das últimas semanas, deixando de acompanhar Nova Iorque. Apesar disso, no fechamento da semana também foram observadas altas nas cotações do robusta, porém, mais discretas que as do café arábica. O contrato de janeiro fechou a sexta-feira a 829 dólares por tonelada, em Londres, com valorização de 0,61% (5 dólares) na semana. Março subiu 10 dólares (1,26%), fechando o período a 804 dólares por tonelada, e o maio ascendeu 13 dólares (1,61%), ficando cotado a 818 dólares por tonelada.

No mercado físico brasileiro, os reflexos das altas de Nova Iorque foram observados claramente nas cotações do café nas regiões produtoras. De acordo com um operador consultado pelo Coffee Break, a semana registrou valorização em torno de 10 a 15 reais no valor da saca de 60 kg. “Foi uma semana bastante positiva, com muitos negócios sendo efetivados, especialmente na terça-feira, quando ocorreram as maiores altas em Nova Iorque”, avaliou. Um fato em especial também tem sido observado no mercado nacional, segundo o mesmo operador. “Os cafés da safra remanescente (2002/03), estão tendo pouca procura, o que está ocasionando um deságio em torno de 10 reais em seus preços de venda. A maioria dos compradores está dando preferência aos cafés da safra 2003/04”, afirmou.

Vietnã — Empresários da província Lao Cai, no Vietnã, querem que o governo do país aumente os esforços para estabelecer maiores relações comerciais com a região sudoeste da China. O objetivo principal seria conseguir aumentar as exportações vietnamitas para aquela região chinesa, enfocando-se importantes produtos do país, como o café. O sudoeste da China tem cerca de 300 milhões de habitantes, e o governo do país está investindo fortemente na região para alavancar o seu crescimento econômico, a fim de impulsionar as relações comerciais com todo o sudeste asiático. Operadores vietnamitas do mercado cafeeiro consideram que o país não tem aproveitado a vantagem da proximidade geográfica com a China, necessitando assim desenvolver melhores estratégias mercadológicas, identificando as tendências de consumo do café naquele país.

Nicarágua — A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) declarou, na terça-feira, dia 20 de janeiro, que ajudará o governo da Nicarágua a garantir alimentação para os pequenos produtores de café do país, que têm sido gravemente afetados pela crise mundial dos preços do produto. Em uma etapa posterior a FAO, que é uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas), pretende colaborar em um programa que ensine aos cafeicultores como diversificar os seus cultivos e como produzir variedades de café mais competitivas no mercado internacional. A FAO afirmou que a queda das cotações do café no mercado internacional prejudicou fortemente a economia da Nicarágua, que em grande parte depende desse produto. Também a segurança alimentar de milhares de famílias nicaragüenses, que vivem na zona rural do país, foi gravemente afetada.

Embarques — As exportações brasileiras de café somam, neste mês de janeiro, até o último dia 21, 702.536 sacas. De acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil), 682.225 sacas desse total se referem a café arábica e 20.311 a conillon. No mesmo período do mês passado, os embarques brasileiros somavam 1.231.002 sacas, o que implica em uma redução de 42,93%. Em janeiro, o porto de Santos foi responsável, até o momento, pelo embarque de 598.235 sacas e Vitória exportou 47.734 sacas. O porto do Rio de Janeiro remeteu 55.607 sacas ao exterior, Salvador embarcou 640 sacas, enquanto Varginha exportou 320 sacas de seu porto seco. Até o dia 21, haviam sido expedidos 1.081.248 certificados de origem, dos quais, 1.056.188 eram relativos a arábica e 25.060 a conillon.

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