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Café vai chegar mais caro aos consumidores

O aumento médio será de 15% a partir deste fim de semana


Na próxima ida ao supermercado, o consumidor já vai poder encontrar o quilo do café mais caro. Hoje, o preço médio é de R$ 8 o quilo e a partir de dezembro pode chegar a R$ 9,20. O reajuste deve girar em torno de 15%, segundo orientação da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) às indústrias.

A gerente de um supermercado no bairro Aparecida, Denise Deize de Carvalho, diz que os fornecedores já falaram de reajustes, mas os novos valores ainda não foram repassados. Em um supermercado no Centro, o comprador, Francisco Ferreira, conta que não recebeu nenhum comunicado oficial, mas adianta que os fornecedores falam de aumentos entre 15% e 20%. "O novo valor deve começar a partir da primeira quinzena de dezembro, quando é feito o reabastecimento da loja", adiantou.

O diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, justifica o repasse ao consumidor em função dos aumentos permanentes do café em grão cru, que representa mais de 60% do preço final do produto torrado e moído. Segundo ele, o custo do café cru vem crescendo desde setembro. Hoje, a saca de café mais comum utilizado pelas indústrias está em torno de R$ 295 (cotação de quarta-feira), enquanto há 60 dias, o valor era de R$ 185. "A indústria não tem como assimilar essa diferença do custo da matéria-prima, até porque para o consumidor o café tem os mesmos níveis desde 1994, entrada do Plano Real", reforçou.

Comparativos

Nathan Herszkowicz diz que, em 12 anos, a inflação aumentou 201%, a cesta básica nacional, 135%, e o arroz, produto que também faz parte da cesta básica, teve um reajuste de 110%, enquanto o café subiu apenas 10%. Segundo ele, essa comparação faz concluir que as indústrias de café transferiram para o mercado e para o preço todo o ganho de competitividade e lucratividade delas. "O aumento médio de 15% é absolutamente necessário para a indústria e não vai influenciar no orçamento do consumidor, por estar extremamente baixo", afirmou o diretor-executivo da Abic.

O diretor-comercial da Indústria de Café do Triângulo Mineiro (Icatril), Márcio Reis Maia, adiantou que vai repassar, a partir do dia 1º de dezembro, o reajuste de 11% para seus clientes, mas que o ideal seria 30%. "O aumento era para ter ocorrido em outubro, mas conseguimos segurar por causa de uns contratos futuros que tínhamos", explicou. Segundo ele, em janeiro deve ser repassado mais algum percentual, a não ser que haja alguma mudança no mercado.

A capacidade de produção mensal da empresa é de 350 toneladas e, além de Uberlândia, atende outros 130 municípios do Triângulo Mineiro e Sudoeste goiano. "Estamos trabalhando no vermelho há dois meses, porque o estoque está nas mãos dos grandes produtores, que controlam o mercado", disse.

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