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Cafeicultor do país já vendeu 74% da colheita 16/17, em ritmo recorde, diz Safras

A consultoria agrícola nunca registrou um percentual tão alto de comercialização de café nesta época


A comercialização da safra de café do Brasil 2016/17 (julho/junho) atingiu 74 por cento do total até o início desta semana, em um ritmo recorde, com produtores aproveitando os bons momentos do mercado este ano e muitos compradores agressivos após a quebra de colheita de grãos robusta, informou nesta quinta-feira a Safras & Mercado. A consultoria agrícola nunca registrou um percentual tão alto de comercialização de café nesta época desde que começou a realizar o levantamento de vendas, em 1999, afirmou à Reuters o analista do mercado de café da Safras, Gil Barabach.

Na comparação com o mês anterior, houve um avanço de 6 pontos percentuais na comercialização. Na mesma época do ano passado, o índice estava em 68 por cento da produção estimada em 2015/16. Além disso, em relação à média histórica de cinco anos para o início de dezembro, há um avanço de 11 pontos percentuais. "Ano passado aconteceu e este ano aconteceu de novo, o produtor foi mais agressivo, o mercado foi mais volátil e ele aproveitou para vender...", disse o analista, referindo-se aos picos de preços na bolsa de Nova York e de câmbio. "Essas flutuações de preços, o produtor soube aproveitar."

Com isso, a Safras estima que o produtor do Brasil já vendeu 40,78 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa da consultoria de colheita de 54,9 milhões de sacas. Segundo Barabach, a quebra acentuada de safra de robusta (conilon) no Espírito Santo e na Bahia pela seca, também fez a indústria ser mais agressiva na hora da compra, o que colaborou para o avanço dos negócios. "Ela foi buscar alternativa no café arábica (pela quebra do robusta), e isso fez a comercialização ser mais rápida, com o receio da falta de produto, ela foi mais rápida", afirmou ele.

Para os próximos meses, como o produtor "está bem vendido", disse o analista, é provável que ele comece a reduzir o ritmo de venda, a não ser que novamente surja no mercado algum impulso do câmbio ou da bolsa. Ele lembrou também que a comercialização perdeu ritmo se comparado a outubro, quando houve um forte fluxo de negócios por conta da disparada nas cotações. A queda nos preços ao final de novembro e a resistência por parte do produtores em negociar no mês de dezembro, por conta de questões fiscais, explicam também a cadência mais lenta recente dos negócios. Por variedade de café, produtores já venderam 78 por cento da safra estimada de robusta (ou 9,4 milhões de sacas), enquanto comercializaram 31,38 milhões de sacas de arábica (ou 73 por cento do total estimado).

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