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Cafeicultores mineiros são destaque no 17º Concurso Abic de Qualidade de Café

Produtores recebem assistência da Emater-MG


Foto: Pixabay

Os cafeicultores mineiros não deixaram por menos e foram destaque no 17º Concurso Nacional Abic de Qualidade de Café - Origens do Brasil -  safra 2020. Além dos produtores de Minas Gerais serem finalistas da disputa, a cafeicultora Maria Luiza Lacerda Gomes, do município de Espera Feliz, na região Matas de Minas, foi a grande vencedora na categoria Arábica. O resultado foi divulgado em janeiro deste ano.

O lote da produtora Maria Luiza Gomes, produzido no Sítio Forquilha do Rio, atingiu nota de 8,87 na qualidade global. “É uma alegria muito grande saber que estou dando continuidade ao trabalho da minha família. A nossa dedicação tem ajudado a elevar o nome da região e do município como produtor de cafés de qualidade”, diz a cafeicultura.

Maria Luiza, hoje com 24 anos, começou cedo a se envolver na atividade. Ela conta que desde adolescente ajuda os pais Paulo e Julia Gomes na lavoura. “Eu participo de todas as etapas de produção”, diz. Há cerca de três anos a família dela começou a produzir cafés especiais. A partir daí vieram os prêmios.

Em 2019, o pai dela, Paulo Gomes, foi o campeão estadual do Concurso de Qualidade dos Cafés de MinasGerais, promovido pela Emater-MG. Na edição de 2020 do mesmo concurso, Maria Luiza ficou em terceiro lugar, na categoria Cereja Descascado, região Matas de Minas, e recebeu a medalha Mulher Empreendedora.  

A propriedade da família de Maria Luiza, com cerca de 4 mil pés de cafés, é certificada pelo CertificaMinas Café e conta com a assistência técnica da Emater-MG.

Representantes de Minas

No total, oito cafeicultores mineiros foram finalistas do 17º Concurso Nacional Abic de Qualidade de Café. Além de Maria Luiza Gomes, também se destacaram os produtores Sérgio Meirelles Filho (Chapada de Minas), Carmen Lydia Junqueira Puliti Meirelles (Mantiqueira de Minas), Bruno Antônio H. Franco (Cerrado Mineiro), Henrique Dias Cambraia (Campo das Vertentes), José Rocha (Matas de Minas), José Wilson de Proença Faria (Sul de Minas), Wagner Felix de Almeida (Sul de Minas).

Segundo o gerente regional da Emater-MG em Guaxupé, Willem de Araújo, seis desses produtores recebem atendimento da empresa. “Isso demonstra o trabalho de nossos extensionistas junto a estes produtores para a melhoria da qualidade do café produzido”, afirma.

A cafeicultura de qualidade

Por vários anos, o café que era produzido em Espera Feliz tinha pouca valorização no mercado, pois era considerado de baixa qualidade. Só que esta história começou a mudar há cerca de 10 anos e o município agora se transformou em referência na produção de cafés especiais.

Os cafeicultores de Espera Feliz têm conquistado os primeiros lugares em diversos concursos pelo país. Só no Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, promovido pela Emater-MG, e que conta com cerca de 2 mil cafés inscritos a cada edição, eles obtiverem os primeiros lugares estaduais nos anos de 2017, 2018, 2019 e 2020.

“Como os resultados surgiram a partir de 2012, vários outros produtores começaram a se preocupar com a qualidade final do café”, explica o extensionista da Emater-MG que trabalha com o programa de certificação de propriedades cafeeiras, Antônio Fernando Teixeira.

Atualmente, mais de 100 cafeicultores de Espera Feliz produzem cafés especiais. A agricultura familiar é predominante no município. Cerca de 80% dos produtores têm propriedades inferiores a 20 hectares. A maioria usa a mão de obra da família como única força de trabalho na lavoura. Outra prática comum é a troca de serviço entre os agricultores. Neste sistema, eles se reúnem para trabalhar em uma propriedade e fazem um revezamento entre elas. Isto é muito comum, principalmente no período da colheita. 

Todos os produtores premiados de Espera Feliz participam também do Certifica Minas Café, um programa de certificação de propriedades cafeeiras desenvolvido pela Emater-MG, em conjunto com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

A Emater–MG orienta os produtores na adequação das propriedades às boas práticas agrícolas em todas as fases da produção, atendendo normas ambientais e trabalhistas, reconhecidas internacionalmente. Ao final do processo, a propriedade passa por uma auditoria para o recebimento da certificação. Mais de 1,1 mil propriedades estão certificadas no Estado.

“Mais que uma diferenciação do produto, significa hoje melhoria da qualidade do café, da gestão da propriedade e da qualidade de vidas dos cafeicultores. Junto com o IMA, nossos extensionistas tem atendido mais de 1200 propriedades a integrarem este mercado cada vez mais exigente e depois da pandemia da covid-19, seremos ainda mais cobrados para produzir cafés cada vez mais sustentáveis”, diz o gerente regional Willem de Araújo.

O concurso

O 17º Concurso Nacional Abic de Qualidade de Café - Origens do Brasil, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), tem como objetivo incentivar a produção de cafés de alta qualidade, estimular melhores práticas agrícolas e a sustentabilidade, promover as regiões produtoras de café no Brasil, agregar valor ao produto, divulgar a diversidade de sabores e aromas da cafeicultura nacional junto aos consumidores, gerando valor para toda a cadeia, da produção ao consumo.

A edição de 2020 foi marcada pelo alto nível dos cafés participantes e pelo fato de todas as propriedades terem cumprido o quesito de boas práticas de sustentabilidade. Foram duas categorias: Coffea Arábica e Coffea Conilon/robusta.

O concurso teve um número recorde de participantes.  Em janeiro de 2021, ocorreu o leilão de todos os lotes campeões por região. O lance mínimo foi o equivalente a 70% acima da cotação.

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