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Cafeicultura renasce na região de Maringá (PR)

O município de Mandaguari (PR) é destaque na produção de café de qualidade



Mandaguari, no Paraná, é destaque estadual e nacional na produção de café de qualidade. Para consolidar essa imagem, o município estimula a cafeicultura com a distribuição de mudas. Este ano a cidade vai sediar a final do concurso que premia o melhor café da região. A Festa que será realizada de 11 a 15 de outubro vai celebrar a cultura.

Mais do que produção, o cafeicultor de Mandaguari está investindo na melhoria do tipo e da bebida do café com emprego de tecnologia , do plantio ao armazenamento. A região reúne as condições adequadas para ver renascer a cafeicultura, outrora atividade que ancorou o desenvolvimento do Norte do Estado. Além do clima adequado, o formato das propriedades (pequenas) contribui para estimular o plantio.

Segundo João Carlos Paschoal, engenheiro agrônomo da Emater, a Cooperativa dos Cafeicultores de Mandaguari (Cocari) e Secretaria de Estado da de Agricultura lideram o projeto, fornecendo tecnologia e conhecimento para os cafeicultores produzirem mais e com mais qualidade.

Segundo Renato Bizzachi da Silva, engenheiro agrônomo da Cocari, além estimular o plantio, o objetivo do projeto é é valorizar os produtores.

"Os cafeicultores estão aprendendo a trabalhar com a qualidade café. A média de produção no município é de 300 sacas de café em coco por alqueire, mas existem agricultores que já estão colhendo 600", afirma. O valor da saca de café em coco está cotado em R$ 70.

"O maior problema e fazer os antigos produtores de café aceitar a tecnologia, mas já observamos interesse dos mais tradicionalistas pelos conhecimentos mais atualizados sobre a cultura. Estamos ensinando sobre a bebida e o tipo do café. Oito premiados no concurso de melhor café regional foram de Mandaguari", analisa ele.

O agronômo explica que as variedades mais cultivadas em Mandaguari são o Catuaí e Iapar-59, mais resistentes ao frio e a doenças . "As cultivares mais resistentes proporcionam melhor rendimento para o produtor. A IAC-Obatã, IPR-98 e IPR-99 também são plantadas na região", explica Renato Bizzachi.

O custo de produção do café de alta tecnologia é de 200 sacas (em coco) por alqueire. "Os gastos são com adubação, mão-de-obra e controle de pragas. Quem optar por produzir café, que invista em qualidade. Procure uma cooperativa ou os técnicos da Emater", alert ao agrônomo. A saca do café em coco está cotado a R$ 70.

"Recomendamos que o cafeicultor plante nas áreas mais altas da propriedade. Não indicamos o plantio em áreas em que predominam o vento sul, geralmente frios, que podem prejudicar os cafeeiros", revela.

A variedade Mundo Novo também é resistente ao frio e às doenças. "É uma cultivar antiga, pouco plantada na região. Mas existem produtores que a preferem", conta o agrônomo. Ele disse que as pragas mais comuns na região são o bicho mineiro, broca e a ferrugem, controladas com inseticidas e fungicidas.

Enfatiza que a distribuição de renda e fixação da mão-de-obra no campo é interessante para o município. "A valorização da cultura faz com que os filhos dos cafeicultores permaneçam na agricultura. O café que já empregou muitas pessoas está ressurgindo como fonte de emprego. Um alqueire dátrabalho para quatro pessoas", avalia .

Com 70 anos, Joaquim Quaresma dificilmente conseguiria emprego na cidade. Há três meses ele cuida sozinho de uma área 9,6 hectares de café catuaí. "Eu e minha mulher estamos tomando conta desse sítio. Como não tem emprego na cidade estou formando este cafezal", conta.

Na cultura do café deve se reseptiar alguns ensinamentos básicos. "Não aconselhamos que a terra fique exposta ao sol. O produtor deve cobri-la com amendoim cavalo, guandu ou Crotalária", diz o agrônomo.

Saiba mais

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), Mandaguari é um dos municípios com maior expressão regional na produção de café, com 1.6 mil hectares plantados e 800 cafeicultores. A produção na última safra foi de 1.5 mil toneladas.

O destaque ficou por conta do produtor Rold Cheida Pereira. No ano passado ele foi o campeão paranaense na categorial café natural do concurso Café Qualidade Paraná 2005. As 10 sacas inscritas no concurso foram vendidas a R$ 500 cada.

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