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Cai produção de laranja em São Paulo


Seca no segundo semestre do ano passado prejudicou florada e alterou qualidade dos pomares. A safra de laranja do estado de São Paulo deve somar 348,8 milhões de caixas de 40,8 quilos na safra 2003/04, queda de 3,6% em relação à passada, de 361,7 milhões de caixas, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), com base em levantamento de campo realizado em fevereiro. Se comparados aos dados do levantamento de novembro, a queda chega a 3,8%. A seca nas principais regiões produtoras ao longo do segundo semestre de 2002 prejudicou a florada e provocou a quebra da safra paulista.

"O próximo levantamento, a ser divulgado em junho, deve dar mais exatidão da safra, que ainda pode ser reduzida em 3% sobre os números atuais", diz Nelson Martin, coordenador do IEA. A área de cultivo da fruta teve ligeira redução de 0,6%, caindo para 657,049 mil hectares.

A região onde se concentram as industrias processadoras de suco - eixo que compreende os municípios de Limeira, Barretos, São José do Rio Preto, Bebedouro, entre outros - deve colher 312 milhões de caixas, em queda de 5,4% sobre a safra passada, de 330 milhões de caixas.

Levantamento da Associação Brasileira dos Exportadores Cítricos (Abecitrus) feito na primeira semana de abril, entretanto, diverge dos números do IEA. "Nossa sensibilidade é que a safra não vai ultrapassar 280 milhões de caixas no eixo industrial", diz o presidente Ademerval Garcia.

Além de menor, a safra paulista apresenta problemas quanto à qualidade. "O clima seco, que provocou floradas múltiplas, reduziu o tamanho das frutas", diz o coordenador do IEA. "Também é sensivelmente menor a quantidade de frutas nos pés", diz Garcia. O desempenho dos pomares depende das chuvas que ocorrerão a partir de agora. "Elas é que definirão o tamanho exato dos frutos, mas é certo que serão menores que os de 2002."

O atraso das floradas retardou o desenvolvimento da safra, que começa a ser escoada somente no final deste mês. Com isso, os preços da laranja alcançaram altíssimos patamares no mercado interno. Hoje a caixa é cotada, no grande atacado, a R$ 18, ou 50% a mais que o valor negociado em igual período do ano passado. Segundo o IEA, os preços pagos pela indústrias são de R$ 10 por caixa, valor nominal, porque não há negócios. O processamento vai de junho a novembro.

Segundo a Abecitrus, a indústria deve processar 230 milhões de caixas. "Cerca de 50 milhões serão destinadas ao mercado interno", diz. Já as exportações de suco congelado e concentrado devem se situar em 1,1 milhão de toneladas, ligeiramente superior às 1,05 milhão do ano passado.

Safra americana

Os produtores da Flórida, EUA, vão colher 198 milhões de caixas, 1 milhão de caixas a menos do que era previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em março (ver reportagem abaixo). A redução da safra americana já era prevista pelo mercado, mas somada à projeção de queda da safra brasileira provocou forte alta nos preços do suco de laranja congelado e concentrado. Os contratos do suco para julho fecharam a 90,50 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,25% em Nova York.

Produção de grãos

O terceiro levantamento de campo, realizado pelo IEA, em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), mostra ainda que a safrinha de milho deve crescer 39,72%, para 988,08 mil toneladas no ano 2002/03, contribuindo para o crescimento de 7,30% na produção de grãos de São Paulo, para 6,808 milhões de toneladas.

A safra de verão deve atingir 3,447 milhões de toneladas, um crescimento de mais 2,2%. Assim, a produção total de milho neste safra é estimada em 4,435 milhões de toneladas, um aumento de 8,71%. A produção de soja está prevista em 1,681 milhão de toneladas, basicamente por causa da primeira safra cujo aumento deverá ser de 6,29% (para 1,654 milhão de toneladas).

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