Países exportadores insistem em cobrar o desbloqueio da negociação agrícola na OMC. O Grupo de Cairns planeja reunir os ministros de agricultura de seus 17 países membros no mês de junho, em Genebra, para cobrar o desbloqueio da negociação agrícola na Organização Mundial de Comércio (OMC).
A aliança de países exportadores que informam não conceder subsídios aos seus produtores rurais, que inclui o Brasil e a Argentina, publicou ontem um longo artigo no International Herald Tribune, que foi assinado por seus embaixadores junto à Organização Mundial de Comércio, conclamando a União Européia (UE) e o Japão a se engajarem na liberalização do comércio agrícola.
Maior pressão
A pressão efetuada sobre os europeus e os japoneses é cada vez maior para que mostrem flexibilidade e evitem um fracasso da Rodada de Doha. Nos últimos dias, as críticas contra o grupo protecionista partiram do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial, do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan e também de empresários.
Peter D. Sutherland, presidente da British Petroleum, que foi o primeiro diretor da OMC, fez um longo discurso ontem em Londres no qual reconhece que a pressão está sobre a Europa por conta de sua maior influência sobre certos mercados de commodities.
Política Agrícola
"A Europa deve se mexer - e mais cedo melhor", conclama Sutherland, recomendando que o conselho de ministros decida de vez a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) ainda neste verão e encontre uma acomodação. "Não vejo outro meio de quebrar o impasse na OMC", afirmou ele.
Na opinião de Peter D. Sutherland, se as negociações não continuarem nos próximos seis meses não será fatal para toda a Rodada, mas certamente vai estragar a confiança e a credibilidade.
Mas ele insiste: "Tem havido conversa de se reduzir o nível de ambição da rodada, para se obter resultados seguros. Isso é um erro", afirmou Peter D. Sutherland.