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Cairns pede transparência no comércio agrícola

Os ministros de Comércio e Agricultura do Grupo de Cairns exigem dos países desenvolvidos a abertura de seus mercados


Os ministros de Comércio e Agricultura do Grupo de Cairns, que concentra um terço da produção agrícola mundial, iniciaram ontem uma reunião crucial no porto de Cartagena, na Colômbia, para exigir dos países desenvolvidos a abertura de seus mercados a esse setor, vital para as economias de seus países.

Antes do início da reunião, o ministro do Comércio da Austrália e presidente do grupo, Mark Vaile, disse que os agricultores das economias em desenvolvimento querem "mercados que não estejam corrompidos por subsídios e práticas protecionistas de poucos países ricos".

Por isso, pediu aos representantes da União Européia (UE) e dos Estados Unidos que se comprometam em data próxima a eliminar os subsídios à exportação, com um corte nas ajudas internas ao setor e concedendo acesso a seus mercados aos produtos do Grupo de Cairns.

Mas a comissária européia para a Agricultura, Mariann Fischer-Boel, afirmou que os membros do Grupo de Cairns não podem querer que a Europa elimine os subsídios, sem que os demais países desenvolvidos façam o mesmo.

"Ninguém pode esperar que a gente dê um passo firme e definitivo sem que os outros façam o mesmo", destacou a representante da União Européia. "Particularmente estamos falando dos EUA com seus apoios às exportações", explicou a funcionária, destacando que a Austrália e o Canadá, membros do Grupo de Cairns, também fazem uso de práticas questionáveis como "as empresas estatais de exportações".

Ao mesmo tempo, no entanto, a comissária européia declarou seu otimismo diante da possibilidade de as negociações da rodada de Doha chegarem a resultados positivos, mas disse que "também é realista", e neste sentido todos "têm de fazer um grande esforço político". Com relação a isso, Vaile indicou que aproveitará suas conversas com Fischer-Boel e com o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Mike Johanns, em Cartagena, "para pedir-lhes que mostrem liderança e flexibilidade nas negociações, para garantir que teremos melhor oportunidade para atingir nossas metas em Hong Cong", sede da próxima reunião da rodada de Doha em 2006.

"Continuaremos exercendo forte pressão para que haja um campo de jogo mais equilibrado e melhores preços para nossos agricultores", concluiu Vaile.

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