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Cajucultura: Agronordeste mapeia experiências exitosas no Ceará

Produtores mostra a viabilidade do setor para o projeto Agronordeste


Foto: Pixabay

A missão do Agronordeste + Valor visitou, nesta última terça-feira, dia 22, experiências exitosas para a agregação de valor ao pedúnculo (pseudofruto) do caju, um dos grandes desafios da cajucultura. Para isso, conheceu duas opções, com rotas tecnológicas diferentes, para públicos-alvo específicos e com portes de atuação diferentes entre si.

A primeira dessas experiências foi a linha de produção de suco de caju e fibra alimentar da Nativita, empresa que nasceu por meio de processos de transferências de tecnologias da Embrapa, para encontrar métodos de aproveitar o pedúnculo proveniente do sítio da família. Com o tempo, a empresa ganhou corpo e evoluiu para uma linha de produção industrial de larga escala, com processos padronizados e com tecnologia de ponta, o que levou ao estágio atual de venda de suco clarificado de caju (cajuína) para o Brasil e exterior. Além disso, a empresa agora é parceira do Grupo Itaueira, um dos maiores produtores de melão do país, ampliando o mix de produtos, principalmente como fornecedor de fibra dietética como insumo para alimentos de base vegetal, um mercado que cresce exponencialmente.

A outra experiência de agregação de valor ao pedúnculo ocorreu em outro perfil de negócio, no Assentamento Rural Vale de Santa Maria, no município de Palhano (CE). A região concentra, aproximadamente, 17 produtores familiares que produzem caju, tendo o foco principal o abastecimento do produto in natura em feiras, centros de distribuição, atacadistas e varejistas tanto no Ceará quanto em grandes centros econômicos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os produtores vêm trabalhando e se aperfeiçoando na produção do chamado “caju de mesa”, ou seja, produto que é conhecido por ter boa aparência física, consistência, conservação, aroma e sabor para ser consumido ao natural, pelo consumidor doméstico, hotéis e restaurantes. 

Aline Oliveira, Secretária de Agricultura de Palhano, destaca que a atividade é bastante lucrativa ao município, pois o valor agregado do produto é maior do que quando o pedúnculo é vendido separado para suco e a castanha para processamento. Durante o período de safra, chega-se a comercializar mais de 2.000 caixas de 20 kg de caju, por dia. "Estamos ficando conhecidos como fornecedores do caju de mesa para muitas regiões e isso tem nos desafiado a aprimorarmos ainda mais o processo produtivo e de comercialização, já que o retorno financeiro tem mostrado seus benefícios”, afirma. 

Para Genésio Vasconcelos, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, o roteiro percorrido mostra aos parceiros do Agronordeste + Valor que, apesar dos muitos desafios, é possível adicionar ganhos à cadeia produtiva da cajucultura, com o uso adequado de tecnologias agrícolas e de processamento. “O caju precisa ser visto como algo amplo, não se limitando somente ao mercado da amêndoa, mas expandindo suas oportunidades para a agregação de valor ao pedúnculo, tornando-o disponível para consumo pela sociedade, quer seja in natura ou processado, levando um alimento rico em vitamina C, fibras dietéticas e outros componentes essenciais para a saúde”, ressalta.

Participaram da visita representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Embrapa Agroindústria Tropical, Sebrae-CE, Secretarias de Desenvolvimento Agrário e de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, ambas do Estado do Ceará, além do Banco do Nordeste e da Prefeitura de Palhano.

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