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Câmara Setorial da Olivicultura analisa safra

O evento foi realizado de forma híbrida e ocorreu presencialmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense IFSul, Campus Santana do Livramento

Foto: Pixabay

A Câmara Setorial da Olivicultura, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), reuniu-se nesta quinta-feira (28/7) para debater, entre outros assuntos, a Safra 2021/2022 e o Cadastro Olivícola do Rio Grande do Sul. O evento foi realizado de forma híbrida e ocorreu presencialmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense IFSul, Campus Santana do Livramento.   

O coordenador da Câmara e do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva), Paulo Lipp João, fez um análise da produção obtida de olivas na safra 2021/2022, que resultou em um volume de 448,5 mil litros de azeite extravirgem. “São 17 fábricas ou lagares e 70 marcas de azeite no Estado”, pontuou.  

Lipp também apresentou um resumo dos números do Cadastro Olivícola, trabalho realizado pela Emater/RS-Ascar, Seapdr e Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) entre final de 2021 e primeiro trimestre de 2022. “A pesquisa buscou dados sobre o número de produtores, área plantada, variedades cultivadas e outras informações levantadas em todos os municípios do Estado”, afirmou.  

Conforme ele, atualmente, no Rio Grande do Sul, 321 olivicultores trabalham em 5.986 hectares de área plantada com oliveiras em 108 municípios. A maioria dos olivais está na metade Sul do Estado. Os principais municípios produtores são Encruzilhada do Sul, Canguçu, Pinheiro Machado, Caçapava do Sul, São Sepé, Cachoeira do Sul, Santana do Livramento, Bagé, Barra do Ribeiro e Sentinela do Sul. 

Análises de resíduos de 2,4-D  

Outro tema da reunião foi sobre os resultados de análises de resíduos de 2,4-D em cultivos sensíveis e medidas protetivas à sanidade de mudas e olivais. O diretor do Departamento de Defesa Vegetal, Ricardo Felicetti, abordou as iniciativas para controle de mudas de oliveiras, visando à manutenção da produtividade e sanidade da cultura no Rio Grande do Sul.  

Foi abordada uma proposta de Instrução Normativa de controle de ingresso de mudas no Estado com requisitos fitossanitários avaliados por laudos laboratoriais, a fim de evitar o ingresso de pragas que afetem as oliveiras.   

A fiscal estadual agropecuário Michelle Rodrigues apresentou os resultados obtidos pelas medidas regulatórias da Seapdr no controle de derivas de herbicidas hormonais no Estado. “Os dados oficiais da Secretaria apontaram uma redução nos casos de deriva e no número de propriedades atingidas por herbicidas hormonais no ano de 2021, no Estado”, disse Michelle. “Os dados da última safra também revelaram que não foram registrados casos de deriva por agrotóxicos hormonais nos municípios prioritários de Candiota, Hulha Negra e Lavras do Sul”, garantiu. 

Também foram expostos os dados oficiais de coletas em cultivos sensíveis, em especial nas oliveiras e abordados temas como o cadastro estadual de aplicadores de agrotóxicos e o cadastro de cultivos sensíveis. 

Pesquisas realizadas pelo DDPA  

Por sua vez, a bióloga e pesquisadora do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Seapdr, Andréia Rotta de Oliveira, fez um relato das principais pesquisas em andamento na área da olivicultura. Segundo ela, os estudos têm o objetivo de contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva de oliveiras no Estado.   

Foram apresentadas informações referentes à caracterização de 36 olivais do Rio Grande do Sul quanto às principais doenças e pragas observadas, fertilidade do solo e estado nutricional dos olivais.  “O estudo apontou que a antracnose causada pelo fungo Colletotrichum spp é a principal doença observada, seguida do Repilo (olho-de-pavão) causada por Fusicladium oleaginum e do Emplumado, causado por Pseudocercospora cladosporioides”, contou a pesquisadora.  

“As análises fitossanitárias das amostras confirmaram a presença desses fungos. Alternaria sp, agente causal da alternariose, também foi constatado com frequência nas amostras analisadas”, acrescentou Andréia. Ela explicou que esses fitopatógenos causam danos na produtividade e na qualidade do azeite. 

A bióloga disse ainda que, em relação às pragas, a Lagarta (Palpita forticifera), as formigas e as cochonilhas são os principais problemas enfrentados pelos olivicultores. “Em relação à análise de nutrientes foliares, considerando os teores de nitrogênio e de cálcio, 41% e 77% das amostras, respectivamente, ficaram abaixo da faixa adequada”, afirmou Andréia.  

Além desses resultados, a pesquisadora apresentou as perspectivas de início de novas linhas de pesquisa relacionadas às relações do clima com a produtividade e com a ocorrência da antracnose, além das ações realizadas em conjunto com o Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Secretaria. 

 

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