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Caminhoneiros estariam espalhando “fake news” para pressionar governo

"Lei do frete mínimo é totalmente esdrúxula, sem pé nem cabeça", diz T&F


Representantes dos caminhoneiros estariam espalhando “fake news” com o objetivo de pressionar o governo a aprovar a lei que estabelece uma tabela de frete e forçar uma nova negociação de valores. Foi com essa nítida impressão que ficou a T&F Consultoria Agroeconômica após receber informações de que o governo estaria “jogando a toalha”. 

Se isso realmente acontecesse, haveria a obrigação – a partir próxima sexta-feira (20.07) – de pagar frete mínimo de acordo com a tabela hoje existente. “Se isto fosse verdade, veremos uma enxurrada de ações na Justiça e uma queda brusca nos preços de pedra dos produtos agrícolas”, comentou o analista Luiz Fernando Pacheco.

O especialista revela, porém, que a informação foi totalmente desmentida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Segundo um gerente executivo do órgão regulador, o governo continua negociando e pedindo sugestões para os interessados a fim de tomar posteriormente uma decisão sobre o assunto. 

“Fomos informados que a primeira informação, da validade da tabela atual, partiu dos representantes dos caminhoneiros em Brasília. Eles disseram que primeiro o governo tem que sancionar a lei (aprovada no último dia 11 de Julho), antes de serem retomadas as negociações. Falta apenas a sanção do Presidente da República, que pode fazê-lo ou não”, contou Pacheco.

“Esta é uma lei totalmente esdrúxula, sem pé nem cabeça. Não faz nenhum sentido que um dos elos de qualquer cadeia produtiva (e um elo muito importante) ter os seus preços tabelados, enquanto os demais elos ficam sujeitos à livre negociação. E mais esdrúxulo ainda seria tabelar todos os elos de qualquer cadeia produtiva. Qualquer estudante do segundo ano de economia e de administração pode comprovar isto”, sustenta. 

Segundo ele, o próprio mercado aos poucos já está se ajustando sozinho: “Muitas empresas estão adquirindo frota própria para não precisarem ‘contratar frete de terceiros’ e ficarem, assim, fora do alcance da nova tabela. Por outro lado, muitos caminhoneiros autônomos, que estavam ficando sem trabalho diante da nova situação, estão aceitando fretes com valor de mercado, não obedecendo à tabela. Esta situação estaria já num nível de 40%, segundo lemos no início desta semana”. 

“Não há, portanto, necessidade alguma de tabelamento de fretes. Mas, o governo tem que tomar uma atitude e eliminar esta espada que ainda paira sobre a cabeça de toda a economia do país, porque sempre poderá aparecer um maluco que ‘recorra à lei’ e exija compensações milionárias com base nela”, conclui. 

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