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Campo Futuro verifica custos de produção das principais culturas de grãos de SC

Análises foram feitas em Xanxerê, Campos Novos e Tubarão


Com o objetivo de levantar o custo de produção das principais atividades agropecuárias do agronegócio brasileiro ocorreu em Santa Catarina mais uma edição do projeto Campo Futuro nos municípios de Xanxerê, Campos Novos e Tubarão. A iniciativa foi realizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC) em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Os Sindicatos Rurais dos municípios também foram apoiadores do evento.

Os trabalhos foram desenvolvidos pelos pesquisadores do CEPEA, Renato Garcia Ribeiro e Milena Emi Nishikawa. O projeto utilizou a metodologia de “Painel de custos de produção”, a qual consiste em reunir produtores típicos da região e profissionais da área para definir o sistema de produção local, bem como seus custos diretos e indiretos, mediante debates e preenchimento de planilhas de custos.

Os municípios receberam painéis do Campo Futuro com foco na produção de com soja, milho, feijão de inverno, trigo, aveia branca e arroz. Participaram do levantamento produtores, técnicos e presidentes dos Sindicatos Rurais de Xanxerê, Campos Novos e Tubarão e os supervisores do SENAR/SC, Helder Jorge Barbosa (oeste), Diego Machado Visintin (meio oeste) e Sueli Silveira Rosa (sul).

De acordo com Milena, os dados preliminares levantados nos três municípios estão sendo analisados e, a partir desse resultado, será feito um relatório final de diagnóstico das produções no Estado. Em Xanxerê, o levantamento foi nas culturas de soja, milho, feijão de inverno, trigo e aveia branca. Milena explicou que soja, milho e feijão de inverno pagaram os custos operacionais, e somente a soja e o feijão conseguiram cobrir também o custo total. Milho pagou somente o operacional. Já o trigo e a aveia branca não pagaram nenhum custo. “Em observação, esse ano foi plantado feijão preto ao invés do carioca devido ao preço melhor, fato que contribuiu para pagar os custos”.

No município de Tubarão, o levantamento foi feito na cultura de arroz em dois sistemas diferentes: pré-germinado e semeado. Nos dois cenários o custo operacional do arroz conseguiu ser pago, mas o total não foi pago e também foi observado um alto custo de arrendamento. “Mesmo com a produtividade sendo acima da esperada a receita gerada não conseguiu cobrir os custos”, exemplificou.

Em Campos Novos, Milena relatou que também foi feito levantamento de soja, milho, feijão de verão, trigo e aveia branca e os resultados foram bem parecidos com os de Xanxerê. “Soja e milho o custo operacional foi pago, mas para as culturas de inverno não. O custo total não foi pago em nenhuma cultura, representado por um alto custo de arrendamento. A produtividade também foi um pouco inferior a safra passada e a aveia branco foi plantada como alternativa ao trigo”.

O representante do Sindicato dos Produtores Rurais Campos Novos, João Batista Ramos de Almeida, observou que, cada vez mais, os produtores rurais procuram eficiência para reduzir custos, melhorias para venda de seus produtos com preços competitivos e, consequentemente, evoluir a renda e o desenvolvido da sua atividade. “Ficamos felizes ao ver a grande participação dos jovens no painel. Eles são o futuro do agronegócio e se demonstraram muito interessados em conhecer seus custos para otimizar e melhorar sua produção e venda. Esse é o futuro do setor: aliar eficiência e trabalho para expandir os negócios rurais”.

Metodologia

O Campo Futuro alia a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de custos, de riscos de preços e gerenciamento da produção. A geração de informações compreende quatro ações: realização de painéis; desenvolvimento de indicadores com informações de custo de produção e rentabilidade das culturas agrícolas e da pecuária nos estados; criação de um sistema de informação e consolidação das informações geradas pelo projeto; divulgação de publicações a partir de análises e relatórios setoriais de desempenho da agropecuária brasileira.

O presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo, reforçou que os painéis consistem em uma reunião técnica com a participação de produtores, representantes dos sindicatos rurais, técnicos da federação e da CNA. “Depois, é feito acompanhamento mensal dos preços dos insumos e dos custos de produção a fim de manter os produtores informados”, explicou.

Salientou que o Campo Futuro é uma excelente oportunidade para que os produtores aprendam na prática a elaborar seus orçamentos e ter conhecimentos sobre os custos de produção de suas propriedades. “O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facilitar a tomada de decisões dos produtores rurais mediante o acesso a um completo banco de dados do setor agropecuário”.

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