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Canola: a saída do produtor na safra de inverno

BSBIOS prevê crescimento de área cultivada no PR e RS em 30%


Dificuldades na liquidez do trigo e frustração com a soja, leva produtor a buscar alternativas de produção na safra de inverno
 
O setor de fomento à canola da BSBIOS prevê um crescimento de área cultivada com canola no Paraná e Rio Grande do Sul em 30%, semelhante ao aumento da área que será ocupada com a oleaginosa no país. Na safra passada foram cultivados 25 mil hectares nas duas unidades da BSBIOS e, para este ano, a previsão é de que sejam 33 hectares.

O agrônomo Fábio Junior Benin, coordenador do Departamento de Fomento da empresa, diz que por conta de dois fatores: boa produção de trigo em 2011, com qualidade, mais dificuldades na comercialização e problemas climáticos na safra de verão, levarão o agricultor a buscar rentabilidade no inverno. Entre as opções está a canola, pois no momento em que entrega sua produção, tem venda garantida e recebimento em poucos dias, ao passo que o trigo tem dificuldades de liquidez.

Além da facilidade na comercialização, há as vantagens agronômicas, como a rotação de culturas e diluição dos custos da propriedade. “Mas o produtor busca uma cultura com maior liquidez. Com o passar dos anos, ele tem convivido regulamente com a cultura e lhe dá mais embasamento a produzir com mais segurança e assim, obter maior produtividade, em função da experiência que vem tendo com a cultura. Com o rendimento maior, por conta da experiência, acaba sendo natural que o interesse em cultivar a canola também aumente”, destaca Benin.
 
Diante do cenário de quebra da safra de verão por causa da seca, a expectativa é de que os cultivos de inverno ocorram de forma mais intensa para que sejam recuperados os recursos desembolsados para formar a safra de verão – sendo a canola uma opção.

Com relação aos preços, Benin diz que também estão mais atrativos do que em 2011. “No ano passado trabalhávamos com 12 sacas por hectare a R$ 46,00 e para esta safra passamos a 14 sacas por hectare por R$ 47. Com isso, percebemos que os produtores apreciaram a idéia de trabalhar com contratação de preços já definidos. Se trava a venda sobre o número de sacas dando garantia para que o custo de implantação da lavoura seja coberto. Com o restante, ele poderá especular no mercado, que está atrelado ao preço da soja balcão”.

O agrônomo destaca ainda que o produtor pode melhorar a qualidade do grão entregue na indústria com o manejo de corte e enleiramento. “É natural que exista poucos equipamentos, e é trabalho da BSBIOS demonstrar que o manejo tem viabilidade. No momento que trabalhamos assim, reduzimos riscos de perda em pré-colheita provocados por granizo e vendaval, além de entregar na indústria um grão com padrão de umidade menor e teor de impureza menor. Ou seja, faz com que descontos aplicados sejam menores e o produto líquido colhido seja maior”, destaca.

Conforme zoneamento agrícola, o plantio da canola na região inicia na próxima semana, dia 11 se estendendo até 20 de junho. Mas de acordo com Benin, até a primeira quinzena de maio as lavouras já devem ter sido semeadas. “resultado de safras anteriores apontam que quanto mais precoce o plantio, maior tem sido a produtividade, por isso os agricultores vão usar essa estratégia”, acrescenta.

Mas para garantir uma boa produtividade, as recomendações também são de escolher uma área com bom nível de fertilidade, sem infestação de nabo, adequado manejo e a doção de corte e enleiramento.

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