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Captação de leite segue restrita e preços estáveis

O preço médio bruto pago ao produtor em outubro registrou R$ 0,6974/litro


O preço médio bruto pago ao produtor de leite em outubro (referente à produção entregue em setembro) registrou nova estabilidade, a R$ 0,6974/litro – leve aumento de 0,76% frente a setembro, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O valor considera as médias ponderadas dos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. Em relação a outubro/09, houve leve recuo de 0,15%; já frente a outubro/08, a alta é de 14,4%.

A estabilidade do mercado deve-se, principalmente, à estiagem observada em grande parte das regiões produtoras em setembro, que limitou o desenvolvimento das pastagens e, com isso, a produção de leite. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) teve aumento de 1,32% frente ao mês anterior e de 4,3% em relação a setembro/09. No acumulado do ano, o índice registra elevação de 5,4% se comparado a janeiro-setembro de 2009.

Em Minas Gerais, o ICAP teve alta de quase 1% entre agosto e setembro, enquanto que, em Goiás, houve recuo de 3,9%. No Paraná e em Santa Catarina, a seca também limitou a produção leiteira em setembro. Já no Rio Grande do Sul, a captação seguiu elevada no período. Entretanto, para outubro, já se observa um declínio da produção gaúcha, devido à menor oferta de pastagens de inverno, conforme relatam colaboradores do Cepea.

Em outubro, o volume de chuva até aumentou em parte do Sudeste e Centro-Oeste. Segundo agentes colaboradores do Cepea, no entanto, apesar da recuperação na produção de leite, as precipitações ainda não foram suficientes para alavancar a oferta – além disso, as pastagens demoram cerca de 20 a 30 dias para crescer após um período de chuvas, dependendo da temperatura.

Para o pagamento de novembro (referente ao leite entregue em outubro), agentes do setor apostam em estabilidade ou alta de preços. Segundo levantamento do Cepea, 51,7% dos representantes de laticínios/cooperativas (que respondem por 49,4% do volume amostrado) acreditam em estabilidade de preços; para 46,7% dos entrevistados (responsáveis por 49,4% do volume da amostra), deve haver alta nos preços no próximo pagamento. Apenas 1,7% dos agentes de mercado (que respondem por 1,1% da amostra) apostam em desvalorização do leite ao produtor.

Entre os fundamentos que podem sustentar o mercado ao produtor, está a limitada quantidade de pastagens e a firmeza nos mercados spot e de queijos e leite UHT em outubro – o preço do leite cru negociado entre indústrias/cooperativas teve aumento entre 10% e 15% na primeira quinzena de outubro e estabilidade na segunda quinzena do mês.

Segundo previsões do Cptec (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), de novembro/10 a janeiro/11, o volume de chuva deve ficar entre normal e abaixo do normal no Sudeste, Centro-Oeste e na maior parte da região Sul, enquanto as temperaturas tendem a ficar acima da normal climatológica. Essas condições, portanto, podem ainda desfavorecer a produção de pastagens nos próximos meses.

OUTUBRO – Entre as regiões consideradas para a média nacional, os maiores aumentos nos preços pagos ao produtor em outubro foram observados em Santa Catarina (alta de 4,1% frente a setembro, ou de 2,7 centavos por litro) e no Paraná (alta de 3,5%, ou de 2,4 centavos por litro), com as médias passando para R$ 0,6869/litro e R$ 0,7065/litro, respectivamente – valores brutos. No Rio Grande do Sul, os preços ficaram estáveis, a R$ 0,6060/litro.

Em Goiás, houve aumento de 1,9% (ou de 1,3 centavo por litro) no preço de outubro em relação ao mês passado, com média de R$ 0,7033/litro – vale lembrar que, em setembro, foi registrado queda de cerca de 1 centavo por litro frente ao mês anterior, enquanto a média nacional permaneceu estável.

Em São Paulo, Minas Gerais e Bahia, houve estabilidade de preços, a R$ 0,7506/litro, R$ 0,7164/litro e a R$ 0,6745/litro, respectivamente.

As informações são da assessoria de imprensa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

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