CI

Cargill decide adiar os investimentos no Pará


O diretor do complexo soja da Cargill Agrícola, José Luiz Glaser, disse que a empresa decidiu suspender temporariamente os investimentos previstos para ampliação da capacidade do terminal graneleiro do porto de Santarém (PA). Para Glaser, a decisão foi tomada "até que algumas pessoas se convençam que é lícito investir nesta região, segundo a legislação vigente neste País e com as regras ambientais definidas pelo Pará".

A declaração foi dada durante homenagem prestada pela Associação Comercial e Empresarial de Santarém, que escolheu a Cargill a empresa do ano em 2003. Embora sem citar diretamente, ele fazia referência à ação que a empresa enfrenta na Justiça, em razão de denúncia formulada pelo Ministério Público Federal, sob a alegação de que a empresa construiu seu terminal sem o estudo e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima), mas apenas com base no plano de controle ambiental fornecido pela secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente.

Em janeiro o juiz federal Nelson Loureiro dos Santos concedeu liminar suspendendo a operação do terminal graneleiro. Mas a liminar foi derrubada no Tribunal Regional Federal, em Brasília. Resta, porém, julgar o mérito da ação. O terminal da Cargill no porto de Santarém foi inaugurado em abril de 2003, representando um investimento de US$ 30 milhões. A capacidade inicial é para 800 mil toneladas anuais de grãos. A empresa planeja ampliar significativamente essa capacidade até 2005. Isso porque acredita que haverá crescimento da demanda, sobretudo se a rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém, for asfaltada.

Em seu discurso na associação, Glaser afirmou que a Cargill tem insistido constantemente junto aos governos estadual e federal para que a demarcação das áreas no entorno de Santarém seja feita o mais rápido possível. "Com isso, tanto a população quanto novos investidores saberiam com antecedência as áreas propícias e disponíveis para a agricultura. Saberiam também quais as áreas protegidas e quais as áreas que teriam determinadas restrições. Acredito que esta iniciativa geraria uma convivência pacífica entre os que querem produzir e os que desejam ver o crescimento feito de forma sustentável", afirmou Glaser.

Ele ressaltou ainda que, apesar da BR-163 não estar asfaltada, em cerca de um ano de atividade já foram embarcadas por Santarém 400 mil toneladas de soja e 100 mil toneladas de milho.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.