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Cargill investe US$ 140 milhões em ampliação de fábricas de amidos no Brasil

Unidade anualmente 1 milhão de toneladas de milho


A divisão brasileira da gigante do agronegócio Cargill vai investir pelo menos 140 milhões de dólares nos próximos dois anos para expandir fábricas de ingredientes para a indústria alimentícia, revelou um executivo da empresa.

A unidade de amidos e adoçantes, que processa anualmente 1 milhão de toneladas de milho, pretende aumentar o portfólio de produtos mais elaborados, de olho em um mercado consumidor exigente.

"A indústria tem necessidade de produtos com características diferentes. E isso demanda tecnologia", disse à Reuters o diretor de Amidos e Adoçantes da Cargill, Laerte Moraes.

"Hoje o iogurte tem que ter baixa gordura, tem que ter textura, não pode ter sabor de açúcar acentuado, tem que ter baixa caloria... Você vai colocando uma série de componentes e precisa achar soluções para isso", exemplificou o executivo.

A Cargill aponta os segmentos de alimentação infantil, sorvetes e bebidas esportivas como os mais promissores. Pais que exigem alimentos cada vez mais seguros e nutritivos, consumidores em busca de sabores mais sofisticados e um maior número de praticantes de esportes devem favorecer os negócios no setor de amidos e adoçantes de alto valor agregado.

A Cargill vai investir cerca de 40 milhões de dólares em sua unidade de Uberlândia (MG) para a expansão de 40 por cento da produção de maltodextrina, um derivado do milho usado, por exemplo, em alimentos infantis e isotônicos (bebidas para esportistas).

A fábrica em Minas Gerais vai receber também investimentos de mais de 75 milhões para elevar a produção de ácido cítrico, amidos modificados e ração animal. Uma outra fábrica, em Castro (PR), ficará com cerca de 25 milhões de dólares, para criar uma nova linha de amido modificado industrial, vendido à indústria de papel.

Apesar das ampliações, o consumo de milho da divisão de negócios não deve crescer após a conclusão das novas instalações, já que o foco está na agregação de valor, disse Moraes.

MERCADO DE MILHO

Responsável por comprar o equivalente a quase de 2 por cento de todo o milho consumido internamento no Brasil, Laerte Moraes passa o dia monitorando os preços do produto e cuida pessoalmente das estratégias de compra da unidade.

A preocupação dele, para os próximos meses, é com o clima para a segunda safra de milho, que está terminando de ser plantada em Estados como Paraná e Mato Grosso.

"A gente não sabe o que vai acontecer. Ela (safra) pode ser 40 ou 45 (milhões de toneladas), como pode ser 20 milhões, ou 15 milhões. Você não sabe como vai ser o clima!", disse.

Após uma colheita de 31,4 milhões de toneladas na safra de verão, o Brasil deverá colher 43,8 milhões na chamada "safrinha", segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No entanto, mesmo com os riscos climáticos, Moraes comemora o advento da segunda safra no Brasil na última década.

"É o único país do mundo que colhe milho 365 dias no ano. Quando não havia safrinha grande, era obrigado a comprar tudo no primeiro semestre."

Para os próximos meses, o executivo aposta em uma boa oferta doméstica, com preços contidos, após uma disparada nas cotações em 2013 que estimulou exportações recordes pelo Brasil, na esteira de uma quebra de safra nos EUA ao final de 2012.

"Este ano você tem uma safra americana grande, uma safra na Europa grande, algum desaquecimento na demanda mundial. Não está esta maravilha para exportar. Vai exportar de acordo com o excedente que a gente tiver."

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