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Carnes: Demanda interna compensa recuo nas exportações

Por outro lado, receita com as vendas externas salta de US$ 4,8 bilhões para US$ 5,3 bi


Por outro lado, receita com as vendas externas salta de US$ 4,8 bilhões para US$ 5,3 bi
O ano de 2011 foi considerado positivo para a indústria exportadora de carne. Com a alta da arroba do boi, pecuaristas conseguiram melhor pagamento por seus animais. Como consequência, a carne brasileira também teve alta de preços lá fora.

O resultado foi um recuo no volume exportado, não só por conta dos preços, mas também pela queda na demanda, motivada, em parte pela crise econômica que abateu Europa e Estados Unidos.

Mas o que era para ser um período de vacas magras acabou sendo compensado com o incremento do consumo do mercado interno. Mesmo com a alta dos preços. Em artigo publicado na “Folha de S. Paulo”, em 08 de dezembro, o pecuarista e empresário Paulo de Castro Marques explica que a ascensão das classes C e D teve papel importante para manter o consumo interno. “Mesmo com preços elevados na ponta, a carne teve demanda”, escreveu ele.

Para Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), “a carne brasileira também ficou mais cara por conta da valorização do real”. Ele explica ainda que a cotação da arroba no Estado de São Paulo está entre R$ 90 e R$ 100. Bom para os pecuaristas, mas ruim para os frigoríficos, que tiveram um aumento no custo de produção. Mas, de acordo com Sampaio, a expectativa é de que em 2012, haja uma leve queda na cotação do real e com isso o volume exportado seja maior.

Essa alta também ainda sofre reflexos do processo de recuperação das matrizes, já que em 2008, com a falta de produtos no mercado e os baixos preços da arroba, muitos pecuaristas optaram por abatê-las, a fim de pagar os custos de produção, comprometendo a disponibilidade de bois nos anos seguintes.

Segundo estimativa divulgada pela ABIEC, o Brasil deve encerrar 2011 exportando 300 mil toneladas a menos que no ano anterior. Essa redução significa queda de 25% no volume. Serão 1,1 milhão de toneladas exportadas, ante o 1,2 milhão de toneladas embarcadas em 2010, quando o faturamento total com as vendas externas chegou aos US$ 4,8 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões previstos para este ano.

O valor da tonelada também teve um incremento de 25% em 2011, custando cerca de US$ 4.900. Mesmo com embargos a algumas plantas de frigoríficos no Brasil, a Rússia se manteve como a principal compradora da carne brasileira, importando mais de 226 mil toneladas entre janeiro e novembro.

No próximo ano, um dos desafios da carne bovina brasileira será buscar abertura em novos mercados e expansão nos mercados já existentes. “Estamos focados na Ásia, que é um mercado em expansão e trabalhando com os Estados Unidos, que compram muito dianteiro para fazer hambúrguer”, explica Sampaio. O Brasil também está de olho nos mercados da Turquia, México e Angola. “São mercados com grande potencial de desenvolvimento”, diz Sampaio.

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