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Caroço de algodão na dieta bovina

Foram utilizados níveis da matéria seca na dieta para aferir incidências de oxidação libídica


A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) promoveu mesa redonda durante a Feicorte, para um debate sobre o uso do caroço de algodão na pecuária e sua influência no sabor da carne. Em 2009, os professores Dante Pazzanese Lanna, do Departamento de Ciência Animal e Pastagens da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) e Dorival Pereira Borges da Costa, coordenador da área de zootecnia do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) conduziram em Guiratinga (MT), experimento com 36 novilhos inteiros nelore em 91 dias de confinamento com concentração proposital entre 28% e 34% de caroço de algodão do total da matéria seca.


Conforme explicam os professores, o percentual utilizado foi bem acima da dosagem convencional utilizada nos confinamentos que gira entre 10% a 20%. Na dieta dos animais foram utilizados níveis administrados respectivamente de 0%, 14%, 28% e 34% da matéria seca da dieta total para aferir possíveis incidências de oxidação libídica (ranço da carne).

Um fato observado pelos especialistas é que, quanto maior a participação do caroço de algodão na massa seca da dieta total, menor é a taxa de consumo da ração pelos animais confinados, que passaram a apresentar diminuição do ganho de peso. A redução gradativa fica ilustrada nos números do experimento que demonstra que no nível zero de adição do caroço de algodão o ganho de peso observado foi de 1,35 Kg/dia.

Na medida em que o subproduto é adicionado à alimentação a perda de peso é proporcional, podendo atingir GPD (Ganho de Peso Diário de 1,1 kg/dia - menos 250 gramas por animal/dia - em dietas que receberam 34% de caroço de algodão", destacou o professor Dante Lanna.


Segundo Dorival Costa esse experimento é o quarto realizado por pesquisadores brasileiros em que se constatou que na concentração até 20% de caroço de algodão, nenhuma alteração no aroma e/ou sabor da carne foram observados. Ao usar o nível 28% de concentração e depois o de 34% de teor de caroço de algodão na dieta dos bovinos, o aroma apurado no nível 28% ficou dentro da escala 5 e no sabor foi constatado intensidade 5,4. Em níveis de concentração acima de 34% a intensidade constatada no resultado da análise sensorial da carne foi 6 nos dois itens: sabor e aroma.

A conclusão dos especialistas é a de que não há nenhum dado conclusivo que demonstre cientificamente uma correlação entre o uso de caroço de algodão nas dietas sobre o atributo de influenciar o sabor da carne bovina. (Com assessoria)

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