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Ceará lança programa de biodiesel

O objetivo do projeto é incentivar os agricultores a cultivarem mamona


No lançamento do Programa Biodiesel Ceará, nessa quarta-feira (28-02) pela manhã, em Tauá (CE), o governador Cid Gomes (PSB) fez um apelo direto aos produtores rurais. “Plantem que vai dar certo”. O objetivo do projeto é incentivar os agricultores a cultivarem mamona, fortalecendo a agricultura familiar, gerando trabalho e renda no campo.

O evento foi realizado no BNB Clube de Tauá e reuniu políticos da região, produtores, representantes de entidades parceiras e a comunidade local. “O biodiesel é o combustível do futuro”, frisou o governador. “Estamos enfrentando esse desafio, dando incentivo aos produtores para fazer do Ceará um grande produtor de mamona e de biocombustível”.

O próprio governador reconheceu que não será uma tarefa fácil. “Existem dificuldades, mas estou confiante no programa”, afirmou. Para motivar os produtores rurais, o governo anunciou um pacote de medidas de incentivo. A distribuição gratuita de sementes, assistência técnica, o pagamento de R$ 150,00 por hectare plantado, com limite de três hectares, o acréscimo de R$ 0,14 ao quilo da baga, elevando o preço mínimo do produto para R$ 0,70 por quilo.

Os recursos virão do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). O Programa Biodiesel Ceará terá três aspectos incentivadores. Garantia de preço mínimo, de compra e assistência técnica para mudar a forma de cultivo tradicional que apresenta baixa produtividade, no Ceará, em média, de 800 quilos por hectare.

Por ocasião do lançamento do programa foi firmado um protocolo de intenções entre as entidades parceiras. O secretário de Desenvolvimento Agrário, Camilo Santana, frisou que o êxito do projeto depende das ações das parcerias. “A meta é atingir em 2007, uma área plantada de mamona de 40 mil hectares, beneficiando 16 mil famílias”, disse Santana. Hoje a área cultivada no Estado é de 16 mil hectares.

A idéia do governo é implantar em várias cidades do Interior, mini-usinas esmagadoras de mamona, a exemplo das unidades instaladas nos municípios de Tauá e Piquet Carneiro. “Queremos formar grupo de pequenos produtores, que organizados terão condições de beneficiar o produto e vender para a Petrobrás o óleo bruto, com valor mais elevado do que a semente”, explicou Santana. “O bagaço pode ser usado como ração animal”.

O presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Domingos Filho, ressaltou a importância do programa para fortalecer a agricultura familiar de maneira sustentável no mercado de bioenergéticos. A prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, lembrou as dificuldades da região do semi-árido e apostou que o programa do biodiesel vai trazer crescimento para os Inhamuns. “Temos potencialidade para produção em grande escala”, observou. “O que faltava era um conjunto de ações que apoiasse a cadeia produtiva, por isso, agora acredito que vai dar certo”.

No campo, a maioria dos produtores rurais resiste ao cultivo da mamona. Quem plantou alega descumprimento do preço mínimo por parte dos corretores e baixa produtividade. “Desisti porque não compensa, mas estou pensando em plantar novamente com esse programa”, disse o agricultor José Vital Neto. “Falta incentivo e garantia de preço mínimo”, considera ele.

O programa vai atuar em 97 municípios cearenses. A distribuição das sementes é feita pelos escritórios da Ematerce.

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