CI

Ceará pode chegar a produzir 50 milhões de ton de tilápia

Ano passado, a produção chegou a 22 mil toneladas e este ano, podendo atingir até 24 mil toneladas,em apenas 60 açudes cadastrados

Ano passado, a produção chegou a 22 mil toneladas e este ano, podendo atingir até 24 mil toneladas,em apenas 60 açudes cadastrados
O Estado do Ceará tem hoje 18 bilhões de m3 de água acumulada em açudes públicos e privados, e só utiliza 127 hectares para produzir peixes, por não possuir a outorga (licenciamento) para praticar implantação de projetos da piscicultura. Ou seja, não usamos sequer 1% das nossas reservas hídricas disponíveis para produção de peixes. Devido a demora na outorga do uso da água que é feita pela Secretaria de Recursos Hidricos-SRH , no caso dos açudes estaduais e pela Agência Nacional das Águas-ANA, os açudes federais, está havendo um subaproveitamento da área de produção que poderia ser muito maior e atualmente está limitada. Estes são os principais entraves que enfrenta hoje o segmento de piscicultura para alavancar ainda mais a produção na aquicultura (criação intensiva) que foram debatidas pelos produtores e pela própria Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado, que através do secretário Flávio Bezerra Silva, esteve no dia 19, no Pacto de Cooperação da Agropecuária Cearense -Agropacto, apresentando a proposta de trabalho de sua pasta para o período 2011-2014.A reunião foi coordenada pelo Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-, Flávio Viriato de Saboya Neto, que na ocasião sugeriu a participação dos criadores de peixes ornamentais, através de uma exposição, dentro do Seminário Nordestino de Pecuária-Pecnordeste-2011, que acontece de 13 a 16 de junho, no Centro de Convenções, em Fortaleza, pelo 15o ano.

A proposta do Secretário é chegar no final do governo, com pelo menos 170 hectares de novas áreas outorgadas, aumentando a produção de pescado que em 2010 chegou a 22 mil 788 para 30.600 toneladas. Apesar disso, o Estado é o primeiro produtor de tilápia e de camarão e o quarto produtor de pescado no Brasil. Segundo Cristiano Maia, presidente da Associação Cearense dos Criadores de Camarão-ACCC, o mesmo ocorre com a carcinicultura, que continua com problemas na liberação de licenciamento, trabalhando na clandestinidade e mesmo assim, é o primeiro em produção no país , tendo chegado ano passado a produzir 25 mil toneladas de camarão com 180 viveiros, com perspectiva de chegar a 28 mil toneladsas este ano. Para Cristiano Maia, o licenciamento ambiental continua sendo o grande problema dos carcinicultores, que estão trabalhando na ilegalidade. Ele pediu apoio ao Secretário da SPA na aprovação do Código Florestal que está sendo discutido na Câmara dos Deputados. A reivindicação da ACC é para que as áreas de salgado e apicum não sejam consideradas áreas de proteção ambiental-APPs e sim, apenas florestas e mangues, sob pena do setor sofrer grandes perdas . Ele esteve esta semana em Brasília, participando juntamente com o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-Faec, Flávio Saboya de um encontro em Brasília tratando deste assunto com o relator da matéria deputado Aldo Rebelo.

Segundo dados da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado- Adece, em 2020 poderemos chegar a exportar 50 milhões de toneladas de tilápia no Ceará. Ano passado, a produção chegou a 22 mil toneladas e este ano, podendo atingir até 24 mil toneladas,em apenas 60 açudes cadastrados. Já a produção de alevinos, em 2010, chegou a 65 milhões de espécies em 1.119 reservatórios em 90 municípios. A meta para 2011 é manter a produção de 2010. O Presidente da Adece, Francisco Zuza informou que está sendo criada a Câmara Setorial da Tilápia e sugeriu a formação de dois comitês a nível de secretaria da Pesca, o Comitê de Licenciamento e o Comitê dos Açudes, para organizar melhor o sistema , sendo esta uma ação pontual do Estado. A Adece como agência de inteligência de negócios, antes da criação da SPA formatou os pólos de produção de camarão, de algas e de tilápia no Estado.

Enquanto isso, tanto ao Sebrae, quanto o Senar já vinham trabalhando a cadeia produtiva da piscicultura, somente o Sebrae desenvolve hoje seis projetos na carteira de agronegócios voltados para a identificação geográfica, maricultura, piscicultura em vários açudes, oferecendo treinamento em gestão, enquanto o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-Senar-CE, integrante da estrutura da FAEC, trabalha a capacitação do pescador. Já o representante do Banco do Brasil, Paulo Sucupira disse que o banco tem recursos para investir em piscicultura,mas que também está na dependência dos licenciamentos. Atualmente o BB já financia dois projetos, um em Jaguaribara e outro em Orós, envolvendo recursos de mais de 7 milhões , com apenas 2% de inadimplência, o que mostra a viabilidade econômica do projeto.

O secretário Flávio Bezerra disse que está trabalhando de forma integrada com as demais instituições para fazer estes encaminhamentos, destacando que a sua Secretaria foi criada recentemente e que as ações estão sendo implementadas por parte. Anunciou a criação de um Setor de Inovação Tecnológica, objetivando implantar novas alternativas para reduzir o esforço de pesca, investindo no pescador, nas suas embarcações , na sanidade do pescado e seu condicionamento , sem esquecer o ordenamento pesqueiro.

O setor de peixe ornamental também deverá contar com o apoio da SPA, “parece brincadeira de criança mas é coisa de gente grande”, disse o secretário informando que o setor tende a crescer em 2012 de 15 a 30% . São 28 criadores oficiais, cujo controle dos estoques é feito por parte do IBAMA. Somente ano passado este segmento movimentou R$ 3.730.400,00 . Ele anunciou ainda total apoio a maricultura (criação de algas), cuja proposta é capacitar este ano 350 agricultores e instalar 100 balsas produtoras, que poderão produzir até 1.320 t/ mês, gerando uma renda de R$ 330.000 mês.

Flávio Bezerra concluiu dizendo que o centro nervoso da sua pasta é a aquicultura e a pesca informando que o esforço de produção de pesca no Brasil vem sendo intensificada desde a criação do Membro Nacional de Pesca que vem fazendo o controle aquícola e pesqueiro no país. Segundo dados divulgados por esta Secretaria o Nordeste continua detendo a maior produção de pescado, com 34%, seguido da região Sul, com 25% , o Norte com 21% , o Sudeste com 14%, e o Centro-Oste com 6%. O Ceará é o quatro maior produtor de pescado do Brasil, enquanto Santa Catarina detém a maior produção, seguida do Pará e da Bahia. A cidade de Camocim, é o maior produtor de peixe marinho .

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.