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Ceasas devem ser transformadas em centrais agroalimentares

Reformas ou edificações de novos terminais


Objetivo é modernizar esses espaços para acompanhar as mudanças de infraestrutura e transporte que aconteceram nos últimos anos

Curitiba - Nos próximos anos, as Centrais de Abastecimento (Ceasas) em todo o País deverão passar por reformas ou edificações de novos terminais. Estas estruturas foram construídas na década de 1970 e, nos últimos 40 anos, as tecnologias de transporte, armazenagem e produção sofreram muitas modificações. Para acompanhar isso, a estrutura física e a forma como estes locais são operacionalizados devem ser modernizados.


Na Ceasa-PR este processo começou a partir da Central de Abastecimento de Maringá. De acordo com o diretor presidente da Ceasa-PR, Luiz Dâmaso Gusi, está em projeto um novo modelo construtivo para a central desta cidade e a previsão é iniciar as obras este ano. O custo será de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões e os recursos devem vir do setor público e da iniciativa privada.

A ideia é que a nova Ceasa tenha área de carga e descarga exclusiva, boxes maiores, espaço para câmara fria, área de compra coberta, espaço para exposição de mercadorias, além de proporcionar uma integração de produtor e atacadista no mesmo pavilhão. Isso tudo traria mais eficiência para a gestão. ''A ideia é criar uma espécie de centro agroalimentar, como já acontece na região da Emilia-Romagna, na Itália'', disse.

Segundo Gusi, já há estudos para modernizar as Ceasas de Curitiba e Cascavel. A de Foz do Iguaçu deve ser apenas reformada e, para a de Londrina, ainda não há planos. Hoje, as Ceasas do Paraná movimentam 1,2 milhão de toneladas de produtos por ano, contam com 700 atacadistas, 6,2 mil produtores rurais e geram 23 mil empregos.

Gusi disse que hoje o tempo para descarregar um caminhão nas centrais do Paraná é de 2h30 enquanto na Itália isso acontece em 20 a 30 minutos. A ideia é tornar o processo mais ágil a partir da modernização. Só em Curitiba, as perdas diárias são de 40 a 50 toneladas ou 3% a 5% do total por conta de embalagem, transporte, armazenagem e manipulação inadequadas. Para ele, este índice é considerado alto.


O diretor presidente das Ceasas do Paraná contou que está em discussão com o Ministério da Agricultura uma política nacional de abastecimento. Desta forma, seria possível criar linhas de crédito específicas para a modernização das Ceasas e ter um padrão de operação, de embalagens, rotulagem e armazenagem para o Brasil todo, além de trabalhar uma melhor organização dos produtores rurais. Gusi disse que há um espaço muito grande para aumentar a comercialização de frutas, verduras e legumes já que apenas 18% da população brasileira consome os 400 gramas diários destes produtos que são recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A coordenadora do Programa de Agronegócios do Sebrae, Andréia Claudino, disse que a ideia de transformar em uma central em agroalimentar e não apenas em uma central de distribuição inclui ter plataformas adequadas para descarregar os produtos e realizar a entrada e saída das mercadorias cronometrada. Além disso, ter representantes dos supermercados nas Ceasas, logística adequada e automação. Envolve ainda boas práticas de produção e distribuição com qualidade sanitária adequada. ''Não adianta ter apenas um prédio adequado se o trabalho não acontece dentro das normas sanitárias'', destacou.

O assunto foi discutido ontem no Encontro de Centrais de Abastecimento que começou na quinta-feira em Curitiba e termina hoje.

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