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Cenário positivo para culturas de verão

Em termos de mercado, cotações sinalizam condição positiva para o primeiro semestre


Para o agricultor, 2012 tende a ser um ano ruim, devido aos prejuízos na safra com a produtividade, mas em termos de mercado, cotações sinalizam condição positiva para o primeiro semestre
 
O contraponto do momento: o agricultor que sente a tristeza pelas perdas no campo por causa da falta de chuva já observa altas nos preços. O mercado sinaliza ser positivo no primeiro semestre para as culturas de verão. No mercado interno, a estiagem já reflete e, os preços tiveram ligeira alta nos últimos dias. Condição que tende a persistir nos próximos meses.

O agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen, salienta que no caso do milho, os preços estão bons. O preço pago pelos compradores nos últimos dias passou de R$ 24,50 para R$ 26,00 a saca. O milho também está positivo por causa das cotações no mercado internacional. “Depois de ter passado por um momento de queda, há uma boa expectativa. Um exemplo é a Argentina, que na terça-feira, a tonelada do cereal estava em US$ 259 - e vem subindo nos últimos dias. No Golfo do México, outro referencial, a cotação estava em US$ 280 a tonelada”, comenta. Além disso, a situação da estiagem também afeta a Argentina, que já apresenta quebra na safra.

Com relação à soja, também é visível a reação do mercado. A saca de 60 quilos chegou a ser cotada um pouco abaixo de R$ 40,00, mas já reagiu e agora está em R$ 43,20. Mas Jacobsen diz que pode-se esperar boas cotações para o primeiro semestre. “Talvez não iguais ao ano passado, quando a oleaginosa chegou a ser cotada em R$ 50,00, mas próximo a isso”, acrescenta.

Hoje, as dificuldades estão voltadas para o trigo. O mercado está estagnado, com a saca no balcão em R$ 23,00 e há dificuldades de escoamento, até porque o preço mínimo do trigo classe Pão, ficou acima do mercado internacional. “Diante disso, somente com a contribuição dos instrumentos de apoio a comercialização do governo federal, principalmente o Prêmio de Escoamento do Produto, podem haver mudanças”, explica. Segundo o agrônomo, se isto ocorrer, haverá uma condição semelhante ao ano passado. Será uma comercialização lenta. A produtividade foi elevada e há uma oferta abundante, e talvez seja preciso exportar o cereal como em 2011, quando foram exportadas 1,5 mil toneladas. “Mas não vamos repetir isso sem o apoio dos instrumentos de comercialização do governo federal. Pois com o livre mercado, a oferta e demanda, não conseguiríamos exportar o nosso trigo e vamos ter dificuldades de colocá-lo no mercado interno, pelo menos num curto espaço de tempo, até porque a demanda por parte das indústrias moageiras ocorre durante todo o ano”, acrescenta.

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