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Centro-sul deve produzir neste ano menor volume de açúcar desde 2009/10, diz FCStone

Produção de açúcar no centro-sul do Brasil na safra 2018/19 deverá cair ao menor nível desde 2009/10


A produção de açúcar no centro-sul do Brasil na safra 2018/19 deverá cair ao menor nível desde 2009/10, em meio à menor disponibilidade de cana e ao maior direcionamento de matéria-prima para etanol, e a retração terá impacto no cenário de superávit global do adoçante, projetou a INTL FCStone nesta sexta-feira.

Conforme a consultoria, o centro-sul, principal região produtora do país, deverá fabricar 26,9 milhões de toneladas de açúcar no ciclo vigente, iniciado em abril, ante 30,4 milhões consideradas anteriormente e 36,1 milhões em 2017/18.

Na contramão, a INTL FCStone elevou sua estimativa de fabricação de etanol de cana para 30 bilhões de litros, de 28,2 bilhões na previsão passada, de julho, e 25,6 bilhões na temporada anterior.

“A decisão em produzir mais etanol tem sido sustentada por maior remuneração do biocombustível ante ao seu coproduto —tendência que tem sido observada desde dezembro de 2017. Mesmo com queda nos preços entre maio e agosto, tanto o anidro quanto o hidratado proporcionaram maior retorno econômico”, afirmou em relatório o analista da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

De acordo com ele, desde a última estimativa da consultoria, o biocombustível remunerou, em média, 8,3 por cento a mais que o adoçante.

A INTL FCStone leva em consideração um mix 35,6 por cento da oferta de cana para produção de açúcar e 64,4 por cento para etanol.

A consultoria prevê que o centro-sul processará 567 milhões de toneladas de cana no atual ciclo, frente 573,9 milhões esperados em julho e 596,3 milhões em 2017/18.

“As condições atipicamente secas nas lavouras do centro-sul do Brasil continuaram impactando as perspectivas de produtividade e moagem de cana. Vale lembrar que, em grande parte dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, as chuvas acumuladas nos primeiros meses do inverno não ultrapassaram 50 por cento do volume usual”, explicou Botelho.

BALANÇO GLOBAL

Apesar da menor produção de açúcar no Brasil, o balanço de oferta e demanda ainda aponta para um superávit, segundo a INTL FCStone, graças a maiores disponibilidades em países como Índia e Tailândia.

A consultoria prevê um excedente de 10 milhões de toneladas de açúcar na safra global 2017/18, que se encerra no próximo dia 30 de setembro, levemente abaixo dos 10,8 milhões considerados anteriormente.

Já para 2018/19, a expectativa é de um superávit de 4,4 milhões de toneladas, contra 7 milhões na projeção de julho.

“Para 2018/19, as projeções são de que o superávit global persista. Contudo, mudanças nas condições em alguns polos produtores da Europa e no Brasil fizeram com que diminuíssemos nossas perspectivas para os excedentes de açúcar no próximo ano-safra”, afirmou Botelho.

Conforme ele, ainda assim a relação estoque/uso deve continuar superando recordes. “Estimamos que esta proporção deve atingir 46,3 por cento (em 2018/19), cerca de 1,8 ponto percentual a mais que a projeção para 2017/18”, disse.

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