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Cerrado pode suprir o déficit de trigo


Brasil Central tem potencial para produzir 700 mil toneladas e solucionar o problema de escassez. A região do cerrado brasileiro tem um potencial para produzir 700 mil toneladas de trigo entre julho e setembro, período em que o Brasil passa por problemas de escassez do grão. A conclusão faz parte de um estudo feito pelo Instituto Uniemp e o Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (Pensa), da Universidade de São Paulo, que mapeou a cadeia agroindustrial do trigo.

A utilização de pivô central como forma de irrigação poderia proporcionar uma área de 100 mil hectares no cerrado, garantindo um bom preço ao produtor, já que essa seria a primeira safra a ser colhida no Brasil, informa Marcos Fava, coordenador do estudo.

Hoje, o Paraná é o principal estado produtor de trigo do País, responsável por 53% da produção nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, que respondem por 36% e 4%, respectivamente da produção nacional. Para a safra 2002/03 a estimativa é de que o Brasil colha 4,5 milhões de toneladas, ou seja, 45% da necessidade de consumo, estimada em 10,75 milhões de toneladas.

O mapeamento identificou que o mercado de sementes de trigo movimentou no ano passado R$ 77 milhões, em um universo de R$ 2 bilhões que todo o setor de sementes movimentou no Brasil.

Principal produtor

"As sementes de trigo estão em segundo lugar no Brasil no que se refere à produção. Elas representam 15% da produção nacional, atrás apenas da soja, que tem uma participação de 63% do total, movimentando R$ 643,2 milhões", afirma Fava. Ele lembra que o Paraná é o principal produtor de sementes de trigo do País, com 53%, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 31% da produção nacional.

Além de ter uma importância considerável para o setor de sementes do Brasil, a cadeia do trigo representou no ano passado 12,75% das compra de máquinas agrícolas no Brasil. Segundo o estudo, o setor de máquinas movimentou R$ 4,18 bilhões em 2002 e os produtores de trigo compraram R$ 227 milhões em colheitadeiras e R$ 306 milhões em tratores.

Balança comercial

O estudo que mapeou a cadeia agroindustrial do trigo identificou que o grão permanece como o grande vilão da balança comercial do agronegócio. Com importações médias de US$ 900 milhões ao ano o trigo é responsável por quase metade das importações do setor no Brasil. Além das importações do grão, foi identificada no ano passada a compra de 95,5 mil toneladas de farinha de trigo e 107,5 mil toneladas de misturas para panificação, que significaram um desembolso de US$ 17,2 milhões e US$ 22,7 milhões, respectivamente.

As importações brasileiras são em sua grande maioria da Argentina e permaneceram estáveis nos últimos cinco anos ao redor de 7 milhões de toneladas. De acordo com Fava, o aumento do consumo no Brasil que passou de 8 milhões para 10,3 milhões de toneladas no período, foi ocupado pelo aumento da produção brasileira, que subiu de 2,4 milhões para 3,8 milhões de toneladas nos últimos anos.

Com investimento de R$ 50 mil para desenvolver o projeto, Marcos Fava considera que a idéia foi identificar cada agente da cadeia, desde o setor de insumos, a produção, moinhos, exportadores de trigo para o Brasil, fornecedores de moinhos, indústria de massas, panificação, entre outros itens.

O trabalho teve início em janeiro deste ano e as conclusões finais deverão ser feitas até o final do mês de maio, depois da análise dos resultados de um workshop realizado em São Paulo.

Segundo Fava, o objetivo é a prosperidade do setor, através de sugestões de ações e do debate que será feito durante o evento.

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