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China pode adquirir 300 mil toneladas de carne suína dos EUA

USDA espera que o total de importações de carne suína chinesa suba 28% neste ano, com o Brasil sendo o maior beneficiário


A China pode adquirir um volume recorde de carne suína dos Estados Unidos em 2019, segundo a agência de notícias Bloomberg. A medida seria parte de um compromisso para reforçar as compras de produtos agrícolas norte-americanos para resolver a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Segundo a publicação, as importações podem chegar a até 300.000 toneladas de carne suína em 2019. Esse montante seria 81% maior do que as 166.000 toneladas em 2017, antes do início da disputa comercial. Uma das fontes da Bloomberg disse que o país asiático pode encomendar 200 mil toneladas somente no primeiro semestre do ano.

O volume final dependerá, no entanto, do surto de Peste Suína Africana na China. A doença devastou a produção de suínos desde que foi registrada pela primeira vez em agosto. A projeção é de que a PSA já reduziu em 15% o rebanho de porcas no maior mercado de carne suína número do mundo.

"Todas as importações de proteína podem aumentar", disse Pan Chenjun, analista do Rabobank International em Hong Kong à Bloomberg. Somente o aumento das importações de carne suína dos EUA, contudo, "não pode compensar a escassez de carne suína no país".

Os abates aumentaram os preços na China e levaram a nação a fazer a terceira maior compra semanal de carne suína dos EUA, já que a guerra comercial elevou os níveis das tarifas para 62%. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) espera que o total de importações de carne suína chinesa suba 28% neste ano, com o Brasil sendo o maior beneficiário

A produção de carne suína da China pode cair mais de 25% em relação aos 54 milhões de toneladas do ano passado, disse Chenjun, do Rabobank. As importações dos EUA, o único país que pode atender à crescente demanda da China por porcos, podem subir para mais de 300 mil toneladas depois que as tarifas forem removidas, disse ela.

Futuros de suínos para liquidação de junho na Bolsa Mercantil de Chicago fecharam em queda de 0,2 por cento, a 95,325 centavos de dólar por libra-peso, após subirem até 0,7 por cento, para 96,225 centavos de dólar. Em 22 de março, o preço chegou a 97,825 centavos, o maior de todos os tempos para o contrato que estreou em dezembro de 2017.

A estimativa para as importações da China pode ser "bastante conservadora", dadas as perdas do surto de peste suína e do apetite por carne suína do país asiático, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale Inc. em McHenry, Illinois, em entrevista por telefone à agência de notícias. "Minhas estimativas, e algumas das outras que eu vi, estão realmente pedindo uma triplicação, se não mesmo quadruplicar", disse ele. Futuros de suínos aumentaram 26% este mês. A negociação agregada na CME subiu para um recorde em 13 de março.

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