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China quer comprar mais suco de laranja e vender tecnologia


A China quer ampliar a parceria comercial com o Brasil e diversificar ainda mais a pauta, principalmente aumentar a demanda por suco de laranjas e intensificar parcerias na área de ciência e tecnologia. Quem garante é o embaixador da China no Brasil, Jiang Yuande, que participou ontem do seminário Relações Brasil-China: Um Salto Necessário", que ocorreu em Belo Horizonte e foi promovido pela Associação Comercial de Minas.

Há interesses do país do oriente de também ampliar as exportações para o Brasil, que tem ampla vantagem na balança comercial entre os dois países. Segundo o Cônsul Jin Xiangchen, da Seção Econômica-Comercial do Consulado Geral da República Popular da China no Rio de Janeiro, até setembro o Brasil exportou US$ 4,4 bilhões para a China e o caminho inverso foi de apenas US$ 1,5 bilhão. "Temos interesse em ampliar nossas compras do Brasil, mas também queremos exportar mais, não somente coque e carvão, que é o que mais vendemos, mas também tecnologia."

Segundo o cônsul, a previsão é que em 2004 o comércio entre os dois países represente algo em torno de US$ 7 bilhões. A taxa de crescimento anual da China mantém-se em cerca de 9% há mais de 20 anos consecutivos, a renda per capita aumentou sete vezes neste período e o PIB em 2002 ultrapassou US$ 1 trilhão.

O seminário é parte da preparação do governo brasileiro para uma missão empresarial chefiada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorre no primeiro semestre de 2004. O evento, que já ocorreu no Rio de Janeiro, deve acontecer em mais seis capitais. Ivan Ramalho, secretário de comércio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disse que a China é um grande mercado a ser conquistado.

"Sem dúvida, temos um potencial de crescimento extraordinário e o suco de laranja é um desses produtos que pode ter as exportações ampliadas", completa.

Ramalho informou que a balança comercial do Brasil caminha para encerrar o ano com um superávit em torno de US$ 22 bilhões e o valor será o saldo entre as vendas externas de US$ 70 bilhões e as importações de US$ 48 bilhões.

Contribuição ao crescimento

A China pode contribuir de duas formas para o crescimento brasileiro. A primeira delas é servir de exemplo como uma forma de acreditar que o Brasil pode chegar ao crescimento e que tem todas as condições para isso, e a segunda é fazer parcerias para exportações e importações, disse ontem o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Luís Troster.

Troster disse também que a previsão de crescimento da China para este ano, de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), apresenta o mercado chinês em extrema expansão, mas afirma acreditar que o Brasil tem possibilidades muito maiores de crescimento motivadas por sua posição geográfica estratégica e sistema financeiro sofisticado. "Acredito que os chineses crescerão mais que isso. Se a China tiver 9% de crescimento, o Brasil consegue chegar aos 9,1%".

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