China traça estratégia para vencer a guerra comercial
Mercado chinês se voltaria totalmente para o produto sul-americano
A China traçou uma nova estratégia para tentar se livrar dos efeitos negativos da disputa comercial travada contra os Estados Unidos. De acordo com Mu Yan Kui, vice-presidente do conselho administrativo da Yihai Kerry, pertencente a Wilmar International sediada em Cingapura, o plano dos orientais é reduzir a quantidade de farelo de soja na ração dos suínos.
Segundo Mu, a redução de soja na ração dos porcos faria com que a China evitasse a compra da oleaginosa norte-americana em grande quantidade. Sendo assim, diminuiria a dependência dos orientais nesta questão e abriria espaço para negociações com outros países, inclusive o Brasil.
De acordo com informações divulgadas pela Agência Reuters, a ideia da China é cortar a proporção de soja da ração de 20% a 12%, o que representaria uma redução na demanda de até 27 milhões de toneladas de soja por ano, um montante equivalente a 82% das importações chinesas de soja dos Estados Unidos em 2017. Nesse cenário, os agricultores chineses poderiam reduzir as rações de farelo de soja quase pela metade, sem prejudicar o crescimento dos porcos.
Uma usina de rações da Beijing Dabeinong Technology Group, por exemplo, planeja eliminar a soja importada dos Estados Unidos do seu mix de ração até outubro. Zhang Wei, gerente da usina, informou que a empresa substituirá as importações de soja por mais farelo de milho e fontes alternativas de proteína, incluindo farelo de soja produzido internamente, que normalmente é cultivado para consumo humano.
Com essa redução na aquisição da oleaginosa dos EUA, o mercado chinês se volta totalmente para o produto sul-americano, como já vem acontecendo nos últimos meses, o que fará com que até a área plantada nos Estados Unidos sofra uma diminuição.