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Chuva no começo do ano deve ajudar ainda mais produtividade da soja 17/18 no Brasil

Chuvas em excesso geralmente representam um risco para as lavouras de soja


Chuvas previstas para áreas produtoras do Brasil nos próximos dias devem beneficiar ainda mais a safra 2017/18 de soja, elevando as produtividades das lavouras às vésperas do início da colheita em algumas regiões, disseram especialistas à Reuters. Em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, por exemplo, são esperados de 142 a 206 milímetros (mm) de precipitações até 13 de janeiro, segundo o Agriculture Weather Dashboard, do terminal Eikon da Thomson Reuters.

No Paraná, as chuvas podem alcançar até 168 mm no noroeste do Estado no mesmo período, enquanto no Rio Grande do Sul deve chover em torno de 130 mm também na região noroeste. Já no Matopiba, fronteira agrícola composta por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, os volumes devem passar de 120 mm, podendo chegar a quase 200 mm no leste tocantinense, nas próximas duas semanas.

Chuvas em excesso geralmente representam um risco para as lavouras de soja, pois aumentam o risco de doenças e podem atrapalhar as atividades de colheita, mas não é o que se espera para este início de 2018 no Brasil, maior exportador mundial da commodity. “Por mais que sejam fortes, (as chuvas) não serão duradouras. A cada cinco dias, (elas) estarão em um canto do país... O cenário previsto é semelhante ao dos últimos verões: chuvas fortes, mas menos duradouras e menos abrangentes”, explicou o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.

Segundo ele, neste fim de 2017 as chuvas estão se deslocando pela região Sul do país. Na próxima semana, já devem alcançar o Matopiba e, na segunda semana de janeiro, atingirão algumas áreas de Mato Grosso. “Vamos ver as chuvas ‘sambando’ pelo país”, disse, acrescentando que não há expectativa de longos períodos de precipitações e nebulosidade, as chamadas “invernadas”, sobre as áreas produtoras, garantindo incidência solar para o desenvolvimento das plantas.

Além disso, as chuvas de agora não devem ter muito impacto sobre a colheita, pois, em razão do atraso no plantio após a seca entre setembro e outubro, as atividades de campo também devem começar mais tarde. “O grosso da colheita foi jogado para fevereiro”, disse Oliveira.

Pelos dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de dezembro, o Brasil deve produzir 109,2 milhões de toneladas de soja em 2017/18, acima do intervalo de 106,4 milhões a 108,6 milhões de toneladas considerado na previsão de novembro.

OTIMISMO

A previsão climática para os próximos dias reforça a perspectiva de uma safra de soja volumosa no Brasil, deixando para trás os receios decorrentes do atraso na semeadura. No fim de novembro, consultorias já haviam dito à Reuters que as estimativas para a produção de soja em 2017/18 seriam maiores ante o esperado graças à diminuição das preocupações com o tempo.

“O pessoal está bastante otimista com a condição das lavouras, mesmo em áreas que têm recebido mais chuvas... É importante chover onde se plantou mais cedo, pois a soja está em fase de enchimento de grãos”, comentou a analisa Ana Luiza Lodi, da INTL FCStone. No início de dezembro, a consultoria elevou sua projeção para a safra de soja do Brasil para 107,6 milhões de toneladas, ante 106,1 milhões de toneladas na previsão de novembro.

Na semana passada, outra consultoria, a AgRural, disse que as condições climáticas em janeiro definirão o tamanho da safra de soja 2017/18 do Brasil. “O que vai definir mesmo o tamanho da produção será o clima em janeiro. Como houve atraso no plantio, a colheita começará um pouco mais tarde”, disse na ocasião o analista da AgRural, Adriano Gomes.

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