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Chuva prejudica culturas de inverno no RS

Clima tem preocupado os agricultores do sul do país



O clima tem preocupado os agricultores do sul do país neste início de inverno. A safra recorde de trigo, prevista pelo IBGE em 7,8 milhões de toneladas em 2014, pode não se confirmar. Isso porque as precipitações estão prejudicando tanto o avanço da semeadura quanto o desenvolvimento das lavouras já implantadas.

De acordo com os dados do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, a quantidade de chuva já ultrapassou os 200 milímetros apenas no mês de junho.

A umidade está atrasando a semeadura das culturas de inverno, e consequentemente, a da safra de verão. “Para não comprometer a soja, principal cultura da região, muitos agricultores estão desistindo da safra de inverno”, constata Kassiana Kehl, engenheira agrônoma responsável pela unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes.

Além disso, as lavouras que já foram semeadas também estão sendo prejudicadas pelo clima. O excesso de chuva dificulta o desenvolvimento das plantas, que precisam de luz para fazer a fotossíntese e gerar energia para o crescimento celular.

A situação compromete até mesmo a sanidade. “Provavelmente teremos mais problemas de manchas foliares e giberela neste ano”, alerta Kassiana Kehl. Comuns em ambientes úmidos e temperaturas mais altas, estas doenças causam a queda na produção, exigem a aplicação de fungicidas foliares mais eficientes em um menor intervalo de aplicação. Já para o caso da giberela, a perda na qualidade dos grãos de trigo é praticamente inevitável. Por isso, a engenheira agrônoma recomenda a escolha de cultivares mais tolerantes a estas doenças.

O estande das plantas também costuma ser afetado pelas precipitações. Elas tendem a crescer menos e as sementes podem até mesmo não germinar quando expostas a estas condições. A recomendação da pesquisadora é para que os produtores adequem a população no momento do plantio. “A utilização de uma quantidade um pouco maior de sementes pode auxiliar na obtenção de um estande ideal”, explica Kassiana Kehl.

Casos de erosão do solo também são mais frequentes devido à alta quantidade de chuva. As áreas com poucos restos culturais costumam ser as mais afetadas. A melhor opção, segundo a coordenadora da unidade de cultivos de inverno da Fundação Pró-Sementes, é a proteção do solo com a prática da rotação de culturas, como trigo e aveias no inverno, e o milho no verão. Além disso, Kassiana recomenda o uso de equipamentos adequados para a semeadura da cultura, procurando revolver o menos possível a estrutura do solo.

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