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Chuva prejudica qualidade do café na região de Maringá (PR)


Prejudicadas pela seca dos primeiros meses do ano, lavouras de café da região de Maringá, no Paraná, sofrem agora pelo excesso de chuva. Nas propriedades atendidas pela cooperativa Cocamar, o índice de café bebida rio, de pior qualidade, vai aumentar em pelo menos 10%. Produtores que enfrentam o problema terão prejuízo de até R$ 35,00 por saca. Enquanto o café fino foi cotado até R$ 235,00 por saca, ontem, o café de pior qualidade vale no máximo R$ 200,00.

Na área da Cocamar, a cultura ocupa 17,5 mil hectares (ha) que renderão 270 mil sacas da mercadoria beneficiada. Maurício Gonzaga, gerente comercial da cooperativa, comentou que a expectativa inicial era obter 35% de cafés bebida dura; 35% de cafés duros riados e 30% de cafés bebida rio, que valem menos. Após as chuvas, a estimativa é que os cafés rio atinjam 40%.

O produtor Ivaldo Meneguette, de Maringá, ainda não começou a colher a safra. Ele cultiva 14 hectares e, como colhe na fase de cereja, esperava obter mil sacas beneficiadas de café fino. Por causa da chuva, a expectativa é de perda na qualidade de toda a produção. Segundo o produtor, 80% dos grãos já caíram no solo e começam a absorver o gosto da terra. Os frutos que continuaram no pé são ameaçados por um fungo que causa a fermentação e interfere na bebida.

O corretor Marcos Bacceti, de Londrina, explicou que as lavouras da região de Maringá são as mais prejudicadas pelo excesso de chuva porque, no Arenito Caiuá, a maturação acontece mais cedo. "Além disso, esse ano, em função da seca do início do ano, houve precocidade em algumas lavouras", disse.

Apesar da colheita ser mais tardia no Norte e Norte Velho do Estado, os cafezais dessas regiões começam a chegar em ponto de colheita e passam a enfrentar o problema. "Já começamos a receber (na corretora) cafés de qualidade inferior", afirmou. O normal, segundo ele, é que os primeiros cafés da safra sejam de melhor qualidade. "Mas tem café novíssimo bebida rio".

Com a diferença de preço entre cafés finos e rio chega a R$ 35,00 por saca, ele orienta os produtores a separarem os grãos do chão, mais prejudicados, dos frutos que permanecem na árvore. O café que fica no chão deteriora mais rápido e, por isso, alcança menor preço no mercado.

O produtor Wison Baggio, que também é presidente da comissão técnica do café da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), informou que ainda não enfrenta problemas com a umidade em sua propriedade de Cornélio Procópio. Segundo ele, apenas 6% dos grãos cairam no chão antes da colheita. "Está dentro do aceitável", considerou o produtor, que conseguiu colher uma parte da safra antes das seguidas chuvas.

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