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Chuva retarda colheita de cana e entressafra no CS pode ser mais curta, diz FCStone

Chuvas em excesso nas últimas semanas têm atrapalhado a colheita de cana nesta reta final da safra 2018/19 do centro-sul do Brasil


Chuvas em excesso nas últimas semanas têm atrapalhado a colheita de cana nesta reta final da safra 2018/19 do centro-sul do Brasil, e as usinas da região devem deixar certo volume de matéria-prima para moagem apenas no próximo ciclo, eventualmente antecipando o início das atividades, projetou a INTL FCStone nesta quarta-feira.

O volume de cana bisada, planta que fica em pé no campo de uma temporada para a outra, contrasta com a expectativa inicial do setor, de um encerramento precoce da colheita em razão da menor oferta para processamento, e sinaliza uma entressafra não tão longa quanto se supunha. “De agosto até agora em novembro, estamos com chuvas bem acima da média histórica. O primeiro impacto é em cima da moagem, e os últimos dados já mostram isso”, afirmou o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, em evento da consultoria em São Paulo. Com efeito, as precipitações nos últimos 30 dias só na região de Ribeirão Preto (SP), principal polo canavieiro do país, foram 88 milímetros superiores à média, segundo o Agriculture Weather Dashboard, do Refinitiv Eikon. No Triângulo Mineiro, superaram em 60 milímetros o normal.

No centro-sul como um todo, o esmagamento de cana caiu 21,3 por cento na primeira metade de outubro em parte por causa do aguaceiro, conforme os dados mais recentes da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). “Do mesmo modo que a chuva obrigou as usinas a parar com a colheita, atrasando o final programado da safra, é provável que as usinas deixem cana bisada e comecem a próxima safra mais cedo”, acrescentou Botelho, sem precisar um volume.

A entressafra de cana geralmente vai do fim de novembro até março, mas havia o sentimento de que neste ano pudesse se iniciar até 30 dias antes. Uma eventual entressafra mais curta poderia atenuar a sazonal pressão de alta sobre as cotações do etanol, uma vez que o período de menor produção deixaria de ser tão longo.

Segundo o analista, a queda das referências internacionais do petróleo também contribui para essa tendência, já que afeta as cotações da gasolina, concorrente direto do álcool.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, informou nesta semana que a média de preço do etanol hidratado em outubro foi de 1,7854 real por litro, aumento de 5,93 por cento frente à de setembro (1,6855 real por litro), graças à demanda ainda aquecida pelo biocmbustível.

A INTL FCStone projetou nesta quarta-feira que as usinas e destilarias do centro-sul do Brasil processarão 564,7 milhões de toneladas de cana na safra 2019/20, cujo início oficial é em abril, praticamente estável ante o esperado para 2018/19. Caso se confirme, seria a menor moagem desde 2012/13.

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