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Chuvas contínuas prejudicam lavouras no MT

O período de chuvas que se estendeu nos últimos dias está afetando a colheita de soja da região Norte do Estado


O período de chuvas contínuas que se estendeu nos últimos dias está afetando a colheita de soja da região Norte de Mato Grosso. Os sindicatos rurais de Sorriso e Sinop já estão em alerta para evitar grandes perdas da oleaginosa.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nélson Luiz Piccoli, os últimos dias de chuvas intensas já começaram a contabilizar prejuízos para produtores da região. Em Sorriso a chuva já dura 17 dias, praticamente sem trégua e a situação é a mesma em toda a região. “Da localidade do Posto Gil para cá o problema está acontecendo na mesma proporção”, conta ele.

Com aproximadamente 10% da área colhida e com mais 10% em fase de colheita, Sorriso começou a contabilizar perdas nos últimos três dias e, segundo Piccoli, cerca de 2% da área de soja já apresenta índices variados de prejuízo. “A cada dia que passa o percentual de perda aumenta porque estamos perdendo o ponto de colheita”, alerta, lembrando que ainda é cedo para contabilizar prejuízos individuais, mas a preocupação com a chuva tem sido unânime entre os sojicultores da região.

Além das perdas ocasionadas pela chuva que está impossibilitando a colheita, a soja também está sendo atingida pelas doenças fúngicas. A região, que permanecia livre da ferrugem asiática nesta safra, já começou a apresentar focos da doença na maioria das propriedades.

Em Sinop, o presidente do Sindicato Rural, Antônio Galvan, diz que nesta época era para os produtores terem colhidos até 20% da produção, mas ele acredita nem 10% da soja foi retirada do campo ainda.

O sindicalista espera que as chuvas cessem nos próximos dias, caso contrário, as perdas começarão a ultrapassar 8% e ficarão acima do que é permitido pelas tradings multinacionais que compram os grãos. “Eu mesmo já tive soja apodrecendo. Não foi muita, mas a situação é preocupante”, diz Galvan.

Nas tradings o produto ‘ardido’ ainda está no limite, mas o gerente de compras de um multinacional instalada em Sinop, Marlon Vinícius também faz o alerta. “Ainda não estamos recebendo muita soja ‘ardida’, mas se as chuvas continuarem, a situação pode ficar complicada, principalmente nas lavouras que já foram dessecadas”, ressalta.

Segundo Galvan, não há previsão para o término das chuvas, que em Sinop, são constantes há 13 dias. “A meteorologia não dá nenhuma previsão confiável. Eu olho aqueles mapas, mas eles sempre mudam. Ninguém consegue colher nada”, reclama.

Galvan também destaca que o atraso na colheita já começa a atrapalhar os agricultores que pretendem plantar o milho safrinha. “A gente planta o milho até 15 ou 20 de fevereiro, mas se não colhermos, não teremos como plantar”, explica.

Enquanto as chuvas não cessam por longo prazo, os sindicatos orientam o produtor que tiver soja dessecada a aproveitar os poucos momentos de sol e colherem o mais rápido possível e que também fiquem em alerta para o aparecimento da ferrugem asiática.

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