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Chuvas no Centro-Oeste e seca no Sul prejudicam soja


O clima continua prejudicial ao desenvolvimento das lavouras agrícolas. No Centro-Oeste as chuvas prejudicam as lavouras de soja precoce enquanto no Sul a seca também traz prejuízos para o grão. Já para a safra de arroz no Rio Grande do Sul, que é irrigada, o quadro climático é considerado benéfico para o desenvolvimento.

As chuvas no Mato Grosso prejudicaram as lavouras de soja, enquanto para o milho e o algodão não há perdas no momento porque o plantio praticamente não foi efetuado, informa Farid Tenório Santos, secretário adjunto de agronegócios da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural do Mato Grosso.

Como cerca de 70% da soja ainda está em fase reprodutiva no Mato Grosso, "não dá para avaliar os estragos". Para a soja precoce, porém, que está em fase de colheita, as lavouras foram muito prejudicadas. "Entre 30% e 35% da soja precoce está comprometida", diz.

A previsão inicial era de que o Mato Grosso colhesse algo em torno de 15,6 milhões de toneladas, com um produtividade em torno de 3 mil quilos por hectare. "A produtividade com certeza será menor".

As lavouras de milho e algodão não estão sendo afetadas porque a maior parte ainda não foi plantada no estado do Mato Grosso.

Em Goiás, segundo Antonio Chavaglia, presidente da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), de Rio Verde (GO), as chuvas prejudicaram muito as estradas e as lavouras. As perdas maiores ficaram por volta de 10%. A previsão inicial era de que a safra de soja no estado atingisse 7 milhões de toneladas e agora os produtores acreditam que oscile entre 6,4 milhões e 6,5 milhões de toneladas.

Os preços dos fretes subiram 50% nos últimos 30 dias, por conta das chuvas e consequentemente dos problemas nas estradas. Segundo Chavaglia, o frete entre as regiões produtoras de Goiás até o porto de Paranaguá (PR) atinge R$ 120 por tonelada, enquanto em janeiro, no início da safra, era de apenas R$ 80. "Significa mais de R$ 2 por saca de prejuízo ao produtor."

No Rio Grande do Sul, a situação climática é considerada excepcional para a lavoura de arroz, um cenário oposto ao observado em janeiro. A expectativa é de que os gaúchos colham as 5,8 milhões de toneladas esperadas no início da safra, apesar do excesso de chuva que atrasou o plantio em algumas regiões.

O agrônomo da Emater Leonardo Melgarejo diz que a disponibilidade de água nas barragens para irrigar a cultura está em bom nível. A dúvida é em relação às baixas temperaturas que têm ocorrido à noite nos últimas dias, o que poderia prejudicar as lavouras plantadas tardiamente.

A soja é a cultura que mais preocupa em virtude da falta de chuvas em fevereiro. As perdas, entretanto, só deverão ser quantificadas na próxima semana. Em importantes regiões como a noroeste, no entanto, sabe-se que a quebra será significativa caso não ocorram boas precipitações. As projeções iniciais indicavam 8,5 milhões de toneladas, o que não deve ser alcançado.

O milho, segundo a Emater, já está 25% colhido. Com a maior parte das lavouras já está desenvolvida, as perdas devem ser menores. A projeção inicial era de uma safra de 4,6 milhões de toneladas.

No Paraná a seca também prejudica o desenvolvimento das lavouras de soja e algodão e o plantio do milho safrinha. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, a estiagem já provocou quebra de 8,8% na soja. As estimativas iniciais, que apontavam para uma produção de 11,893 milhões de toneladas, foram revistas para 10,851 milhões. Os prejuízos chegam a R$ 770 milhões. Cerca de 4,5% da área foi colhida.

A safra de algodão deve recuar 8%, em relação à estimativa inicial de 100 mil toneladas.

A falta de chuvas também compromete o plantio do milho safrinha. O Deral reviu a previsão de área de 1,45 milhão de hectares para 1,377 milhão de hectares. A produção, prevista inicialmente para 5,6 milhões de toneladas, deve ficar em 5,360 milhões. A seca só não causou danos às safras de milho (principal) e feijão. Apesar da redução de 10% na área, a produção chegará a 7,6 milhões de toneladas de milho.

A produção do feijão, cuja colheita está em fase final, deve ficar em 481,6 mil toneladas ante 492 mil toneladas na safra passada.

Em Minas Gerais, a colheita de feijão poderá cair 70% na região noroeste em razão das fortes chuvas dos últimos dias. O estado é o segundo produtor nacional, responsável por 16,3% da safra brasileira. As lavouras de soja no Triângulo Mineiro deverão cair 10%. Já o milho e o algodão não sofrerão danos.

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