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Cientistas estudam impacto canavieiro no clima

Trabalhos investigam emissões de gases e efeito de queimadas


Dois projetos coordenados por pesquisadores da Unesp, câmpus de Jabotical, estudarão o impacto do plantio de cana-de-açúcar no clima do interior do Estado de São Paulo.

Ambos foram selecionados com mais oito projetos para fazer parte da primeira chamada do Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), divulgada dia 20 de maio.

Os recursos totais para o programa, metade oferecidos pela Fapesp, a outra metade pelo CNPq, somam R$ 13,4 milhões.

O objetivo do programa é integrar a pesquisa em mudanças climáticas realizada no Estado. Os pesquisadores participantes se reunirão periodicamente e compartilharão dados.

Emissões do solo

Newton La Scala Jr., do câmpus de Jaboticabal, coordena um dos projetos aprovados. Ele e seus colaboradores estudam desde 1997 como o solo dos canaviais emitem ou absorvem gás carbônico, o principal gás de efeito estufa. La Scala quer entender, por exemplo, qual a diferença entre os sistemas de colheita, de preparo do solo e como as propriedades físico-químicas dele afetam as emissões.

"Se houver uma racionalização do manejo, os solos poderão se tornar cada vez mais sumidores de carbono da atmosfera", diz La Scala. "Esta opção tem sido colocada pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima da ONU) como uma das mais baratas para as próximas décadas".

Junto com La Scala, participam do projeto Afonso Lopes, Gener Tadeu Pereira e José Marques Júnior, todos do câmpus de Jaboticabal.

Chuvas e poluição

O outro projeto aprovado investigará os impactos das mudanças climáticas na precipitação de chuvas e formação de nuvens no Estado de São Paulo.

A formação das gotas de água dachuva depende de partículas de fumaça no ar, o chamado aerossol. "As gotículas de água de uma nuvem se formam ao redor dessas partículas", explica Arnaldo Alves Cardoso, do Instituto de Química, câmpus de Araraquara, coordenador do projeto.

Os pesquisadores usarão um radar do IPMet (Instituto de Pesquisa Meteorologica), câmpus de Bauru, para observar a frequência, a distribuição no espaço e a intensidade da queda de chuva. Essas observações serão comparadas com medidas das partículas de aerossol e do tamanho das gotas de chuva. Experimentos em laboratório permitirão identificar como a queima da cana-de-açúcar influi nos padrões das chuvas.
O trabalho também resultará em uma base de dados de propriedades dos aerossóis, que pode ser útil em estudos de doenças provocadas pela poluição.

Também participam do projeto Andrew George Allen, Raquel Fernandes Pupo Nogueira e Cristine Mello Dias Machado, do IQ de Araraquara. Do IPMet, Gerhard Held, Ana Maria Gomes Held e André Mendonça de Decco integram o grupo de pesquisas.

Além desquisadores da Unesp, colaboram profissionais do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto, do Instituto de Geociências da Unicamp, do Instituto de Química da USP e do Inpe. Com informações do câmpus da Unesp de Jaboticabal

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