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Citricultor terá US$ 100 milhões a mais

Os citricultores paulistas devem receber US$ 100 milhões a mais com a assinatura de acordo


Os citricultores paulistas devem receber US$ 100 milhões a mais na safra 2006/07, segundo estimativas da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), com a assinatura do acordo entre a instituição e a Cutrale, principal exportadora de suco de laranja do País. As partes se reunirão em março para renegociar o preço da nova safra, que começa em junho.

O acordo foi formalizado cinco meses depois de ser decidido entre as partes. Estava submetido à apreciação da Secretaria de Direito Econômico (SDE) e recebeu o sinal verde do governo no mês passado, desde que fosse assinado individualmente com cada empresa. O novo contrato era um modo de as indústrias compensarem os produtores pela eleva-ção do preço do suco no exterior devido os problemas provocados pelos furacões na Flórida em meados deste ano.

A Cutrale foi a primeira empresa a demonstrar interesse no acordo. Porém, o diretor da Faesp, Antônio Egidio Crestana, diz que outras indústrias devem seguir o exemplo da Cutrale e recompensar o citricultor. "As outras empresas estão indo a reboque disso’’ afirmou. Se essas aceitarem, acrescenta, poderão ser injetados entre US$ 200 e US$ 250 milhões a mais no interior de São Paulo.

O acordo garante uma remuneração adicional de US$ 1 a US$ 1,25 pela caixa de laranja (40,8 quilos), dependendo do valor do contrato original, informa Crestana. A caixa de laranja nesta safra - que já está quase 100% colhida - foi vendida a US$ 3,00 em média.

Ao ressaltar que a empresa já revisou o contrato de 80% dos fornecedores, o gerente administrativo e financeiro da Cutrale, José Luiz Cervato, informou que nenhum produtor recebeu ou receberá nessa safra menos que US$ 4,00 pela caixa de laranja.

A Cutrale compra um terço da produção brasileira da fruta. Na safra 2006/07, estima-se produção de 350 milhões de caixas, das quais 250 milhões destinadas à fabricação de suco.

Do outro lado

O gerente da Cutrale pediu, em contrapartida ao pagamento adicional aos produtores, melhores tratos culturais dos pomares de São Paulo. Disse que os citricultores usam pontes de enxertos vulneráveis às doenças incuráveis, como greening e cancro. Segundo ele, dessa forma os pomares conseguirão sobreviver por mais 12 anos. Para Cervato, além de irrigar os pomares, os citricultores precisam cultivar variedades mais resistentes a doenças. Hoje, a irrigação não chega a 7% dos pomares. A Faesp prevê investir para aprimorar a citricultura. Para irrigar um hectare são gastos US$ 2 mil. São Paulo conta com 600 mil hectares cultivados com laranja.

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