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Citricultores esperam laranja valorizada em 2011

Bons preços animam produtores, mas eles também reclamam da queda na produção


Bons preços animam produtores, mas eles também reclamam da queda na produção

A safra de laranja já terminou, mas o beneficiamento da colheita tardia não para, afinal o mercado consome o ano inteiro. Há 40 anos no ramo, o produtor Pedro Fávero sabe isso muito bem, enquanto as máquinas fazem a limpeza e classificação das frutas, o produtor avalia as perdas e ganhos em 2010: "Nós tivemos queda de cerca de 30% na nossa safra, dentro da nossa empresa. Em termos de mercado, nós estamos até um pouco satisfeitos com o que tem vindo por aí".

A queda na safra deste ano é reflexo do tempo ruim para a cultura em 2009. A empresa em Engenheiro Coelho, interior de São Paulo, beneficia 120 toneladas de laranja por dia, 70% vão para a mesa e o restante para a indústria de suco. Com o preço da caixa de 27 kg superando os R$ 20, o produtor recuperou os prejuízos do passado. "Tem frutas aí com cerca de 100% de aumento de valores de mercado, no nosso caso, mercado interno. Algumas variedades dobraram de preços", conta Fávero.

Mais ganhos com menos produção, a citricultura conseguiu se superar em 2010 graças à crescente profissionalização. As dificuldades com os custos de produção aumentam a cada ano e ainda há a batalha conta o greening, doença que exige pesquisa, inspeção e erradicação dos pés doentes. "O problema do greening faz com que você aumente seus gastos com pulverizações, inseticidas, coisas do tipo", explica o diretor da Alicitrus (Associação dos Citricultores da região de Limeira), Paulo Celso Biazioli.

O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo e também o maior exportador de suco. De cada dez copos tomados no planeta, seis saem dos pomares brasileiros. Por isso a queda do dólar também prejudicou a citricultura, ganhando menos, a indústria pagou menos ao citricultor. "O mercado internacional do suco é baseado em dólar, o dólar baixo nos afeta quase que diretamente, na cadeia como um todo", conta Biazioli.

Ainda de acordo com Biazioli, que também é citricultor, no ano que vem a laranja será um produto ainda mais valorizado no mercado.

O maior problema para o setor hoje é a grande variação de preços, por isso os citricultores estudam a criação de um conselho, o Consecitrus, um regulador de preços que poderia dar mais tranquilidade ao setor. "Está se pensando em fazer isso na citricultura, com a intenção de estabilizar o preço, porque é impossível que você trabalhe em uma atividade em que em um ano você fature R$5 e no outro R$15", fala Biazioli.

A área total ocupada com laranja no estado é de 620 mil hectares. Dados mostram que mais de 9 milhões de pés devem ser plantados até 2011.

Responsável por 80% da laranja produzida no Brasil, o estado de São Paulo concentra a expectativa de dias melhores no ano novo. "Eu acredito em torno de 20% a mais de produção em relação a esta safra", diz Fávero.

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