Clima afeta trigo em São Paulo
Por outro lado a valorização tem animado do triticultor que pode plantar mais
A Câmara Setorial do Trigo avaliou a safra do grão em São Paulo, durante reunião virtual nesta quinta-feira (12). O volume de produção está 15% menor no estado, com 260 mil toneladas. A expectativa era de atingir pelo menos 300 mil toneladas.
O que prejudicou o desempenho foi o clima. A falta de chuvas afetou a produtividade. “A demanda no estado é muito alta e o moinhos estão de olho no trigo de São Paulo, pois ele é uma alternativa mais viável, financeiramente, além de ter boa qualidade. Se o volume crescer, com certeza será absorvido pelos moinhos do estado”, ressaltou o presidente da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, Victor Oliveira.
O grupo também discutiu a tendência altista do preços do trigo no mundo. O setor tinha expectativa de queda nos preços praticados no grão para esse final do ano, que não se confirmou, pelo contrário. “Ainda está muito conturbado e, para a indústria moageira, fica a dúvida de como precificar essa volatilidade na farinha e, consequentemente, repassar ao consumidor final”, ressaltou Oliveira.
Para a trade da Cofco, Maria Fernanda Marcondes, a alta no preço de comercialização do trigo é reflexo dos movimentos registrados no mundo, frente aos efeitos da pandemia. “Essa elevação do cereal foi puxado pelo trigo e também tem a ver com o contexto mundial, que registra uma insegurança dos países quanto a uma segunda onda do coronavírus e uma demanda externa aquecida em relação às commodities”.
Os preços elevados animam o produtor. Para os representantes das quatro maiores cooperativas do estado, Cooperativa Agro Industrial Holambra, Castrolanda, Capal e a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, que participaram do evento, esse cenário pode representar um incentivo para que o produtor invista na produção de trigo na próxima safra, devido à rentabilidade elevada.
“O custo de produção nesta safra foi muito semelhante ao da passada, mas os preços de vendas do trigo estão elevados, o que aumentou a rentabilidade do produtor a patamares semelhantes aos que anteriormente eram registrados apenas na soja. Isso pode animar o produtor paulista a investir em áreas maiores para o trigo em 2021”, destacou o representante da Castrolanda, Júlio Cesar Gomes Antunes.
* com informações da assessoria de imprensa