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Clima bom e mais importados derrubam os preços das frutas

Segmento é o mais representativo do índice da Ceagesp


Segmento é o mais representativo do índice da Ceagesp, que teve queda de 0,33% no acumulado de 2011; coco verde lidera baixas com valor 28% menor no ano

São PAULO

Ao contrário do que se esperava até dezembro, o valor da cesta de produtos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp) chegou ao fim de 2011 em queda. Os preços caíram 0,33% no acumulado do ano, puxados pela baixa de 4,91% no setor de frutas, o segmento que mais pesa dentre os 105 itens avaliados diariamente por essa empresa pública.


O aumento do volume de importados e a maior oferta no mercado interno, especialmente no setor de frutas, reverteram a tendência de alta na evolução do indicador. Para o economista Flávio Godas, do Ceagesp, estes foram os principais fatores da queda do valor dos alimentos. Ele também destacou que a qualidade dos hortifrútis melhorou, a despeito de geadas e estiagens pontuais, por causa das condições climáticas favoráveis no Brasil.

Godas havia dito, em dezembro, que a cesta deveria se valorizar "até o final de fevereiro [de 2012]". Mas já naquele mês - postos os fatores de queda dos preços - os principais alimentos vendidos pela Ceagesp ficaram 0,55% mais baratos, pressionados outra vez pelas frutas, que então se desvalorizaram 0,18%.

Mesmo com o histórico aumento da demanda de fim de ano, em função das Festas, todos os setores registraram recuo dos preços praticados no último mês do ano. As verduras apresentaram a maior queda (3,30%), seguidas por diversos - cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos (-1,72%); legumes (-0,91%), pescados (-0,33%) e, novamente, as frutas (-0,18%).

Os hortiufrútis baratearam, com exceção de três meses (julho, agosto e novembro), ao longo do ano de 2011 inteiro, acumulando a queda de preço mais acentuada dos cinco setores.

No mesmo ano, os itens que tiveram as maiores reduções foram: coco verde (-28,6%), melão (-14,3%), laranja-pêra (-17,2%), abacaxi-pérola (-14,2%) e manga Tommy Atkins (-11,1%), de acordo com tabelas da Ceagesp.

Com baixa de 3,67%, o setor de diversos também puxou para baixo o resultado do índice geral. Vale dizer que produtos como batata e cebola, que fazem parte da categoria, estiveram com preço baixo durante praticamente o ano todo, segundo Godas.



Tendência

A previsão da Ceagesp para daqui em diante é de que, com a chegada do verão - altas temperaturas e chuvas quase diárias -, os preços sofram elevação nos setores de legumes, verduras e diversos. Já frutas e pescados devem permanecer com preços estáveis em janeiro e fevereiro.


"A qualidade dos produtos, principalmente das folhagens e legumes mais sensíveis, deve apresentar problemas", disse Godas: "E essa perda de qualidade, invariavelmente, acarreta redução do volume ofertado e majoração de preço".



Habitualmente, verduras e legumes ficam mais caros nos primeiros meses do ano. Em janeiro de 2011, por exemplo, os dois setores encareceram 19,20% e 52,89%, respectivamente, como se vê nos dados da Ceagesp.



Em alta

No acumulado do ano passado, verduras e legumes ficaram 3,50% e 17,22% mais caros. Outro setor a registrar aumento de preços foi o de pescados, que acumulou alta de 5,97%. As chuvas nas regiões de extração da costa brasileira e os problemas sazonais em outros países fizeram reduzir-se a oferta de peixe, na avaliação da companhia paulista.



Embora estes três setores tenham encarecido, as altas não foram suficientes para impedir que o índice (de cinco categorias) fechasse o ano em queda de preços, por causa dos hortifrútis.

O índice

Os indicadores da Ceagesp consideram produtos vendidos no atacado. Os itens são escolhidos conforme a representatividade que têm dentro de cada setor analisado. O índice passou a ser elaborado em 2009 e, conforme a disposição dos alimentos nos armazéns gerais paulistas, destaca as frutas como principal categoria de avaliação.

Segmento é o mais representativo do índice da Ceagesp, que teve queda de 0,33% no acumulado de 2011; coco verde lidera baixas com valor 28% menor no ano
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