CI

Clima e pragas reduzem produtividade de soja em MT

Na reta final da colheita em Mato Grosso, produtores rurais sentem os prejuízos


Na reta final da colheita em Mato Grosso, produtores rurais sentem os prejuízos em relação à produtividade

A colheita da soja ainda não terminou em Mato Grosso, mas os produtores rurais já notam queda de produtividade na safra 2012/13. Segundo relatos, a queda na média da produtividade varia entre oito a 12 sacas de soja por hectare. “Nós esperávamos 60 sacas por hectare no município, mas a média foi de 50 sacas”, conta o delegado da Aprosoja de Primavera do Leste, Fernando Cadore. A baixa produtividade foi atribuída principalmente ao fator climático, como a estiagem na formação do grão e o excesso de chuva durante a colheita.


A estiagem no início do plantio e durante a formação do grão, além da presença da ferrugem asiática nas variedades precoces, impactou diretamente na produtividade nas regiões Sul e Norte. O diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas, explica que a disponibilidade de água é importante, principalmente em dois períodos de desenvolvimento da soja: na germinação e na floração (enchimento de grãos). “A ausência de água expressiva durante esses processos provocam alterações fisiológicas na planta, como o fechamento estomático e o enrolamento de folhas e, como consequência, causam a queda prematura de folhas e de flores e abortamento de vagens, resultando, por fim, em redução do rendimento de grãos”, informou.

Na prática, a soja tem capacidade de suportar de oito a dez dias de seca sem danos à produtividade. Nery ressalta que a necessidade total de água na cultura da soja para obtenção do máximo rendimento varia de 450 a 800 mm por ciclo, dependendo da região, do manejo e da duração do ciclo.

O diretor financeiro da Aprosoja, Antonio Galvan, explica que em Sinop também foi constatado o prolongamento de safra ou o não amadurecimento da soja. “Pela aparência das plantas esperávamos 55 sacas por hectare, em média, mas na hora de colher o grão não estava cheio. Não sei se vamos chegar à média esperada”, explicou. Devido à dificuldade de amadurecimento do grão, Galvan disse que ainda precisa colher 25% da lavoura.

Na região Oeste, a média deve fechar entre 50 sacas por hectare, explica o vice-presidente da Aprosoja na região, Alex Utida. “Toda soja que foi plantada depois do dia 28 de outubro teve em torno de 10 a 15 sacas a menos de produtividade”, relata.

A região Leste, que ainda tem 40% da área para colher, enfrentou problemas com a estiagem em alguns municípios, e com a junção de altas temperaturas casou antecipação do amadurecimento da soja, alterando o processo de formação do grão, reduzindo assim a produtividade. “Precisamos de chuva, há mais de 13 dias que não chove em Nova Xavantina e isso impacta no rendimento do grão”, explica o vice-diretor da região.


Na região Norte, além desses problemas, também foi verificada a presença de lagartas na lavoura. Segundo produtores da região, a média foi de 48 sacas por hectare, duas sacas a menos que no ano passado. “Tivemos a presença de diversas lagartas que atacaram as lavoura”, comenta o 2º vice-presidente da Aprosoja na região Norte, Silvésio de Oliveira.

Em todas as regiões foi verificada também nesta safra a presença da mosca-branca (Bemista tabaci). Este inseto se alimenta da sucção da seiva das plantas de soja, podendo leva-las à morte ou provocar a queda de produção, além de favorecer o desenvolvimento da “fumagina’’ e a transmissão de vírus.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.