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Clima e safras recordes vão balizar preços dos grãos

Esta foi a avaliação do diretor de Agronegócio e Energia da BM&F, Ivan Wedekin, durante a Ave Expo 2007


O diretor de Agronegócio e Energia da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), Ivan Wedekin, traçou na quarta-feira (07-03), na Ave Expo 2007, um futuro dos novos e complexos mercados através de números inéditos com projeções que animam os produtores brasileiros de grãos. Um alerta em especial chama a atenção para um futuro desafiador e cheio de oportunidades, mas que como a agricultura está atrelada a um fator de risco: o clima.

Segundo Wedekin, não se trata de alardear uma escassez de grãos. Ele disse que o USDA projeta uma safra recorde para os Estados Unidos de cerca de 309 milhões de toneladas, mesmo assim a projeção para os estoques no segundo semestre de 2008 deve atender apenas a 6% do consumo anual. "É um nível de estoque muito baixo, se comparado aos níveis dos últimos anos. É um número crítico. Se houver algum problema de produção nos EUA, e sabemos que qualquer atividade tem risco, pode ser que o clima surpreenda para cima ou para baixo. O fato relevante é que qualquer alteração na produção terá impacto direto nos preços. Estamos falando de projeção de safras recorde, a maior que os EUA já teve na sua história, mas o relevante é que o consumo está crescendo muito puxado pela produção do etanol”, comenta.

Wedekin, que palestrou para uma platéia formada por empresários, especialistas e produtores no primeiro dia do II Fórum Internacional de Avicultura, disse também que o futuro do mercado de grãos sinaliza para um cenário de demandas extras, impulsionadas pela nova ordem mundial da produção de combustíveis alternativos.

Outro assunto de destaque abordado por Wedekin foi o crescimento da demanda mundial por grãos para a produção de combustíveis renováveis. Um exemplo significativo é o milho, a principal matéria-prima para fabricação de etanol nos Estados Unidos. Wedekin destacou que a produção norte-americana para a safra 2007/08 de milho deve ser recorde, com aumento de 11,1% na área e uma produção de 309 milhões de toneladas, crescimento de 15,8%. O fato novo é o consumo interno nos EUA, com projeção de alta de 9,4%.

Além disso, o crescimento na procura por oleaginosas para a produção de biodiesel foi outro tema de destaque. Segundo o palestrante, a soja tem uma projeção de queda de produção e estoques, com redução de área plantada de 6,6% e uma produção de 78,3 milhões de toneladas, representando uma queda de 9,7% em relação a safra 2006/07, que havia sido de 86,7 milhões de toneladas. “Os estoques, que hoje estão altos, apresentam tendência de queda, caindo de 31% para 19% do consumo”, alertou. As informações são da assessoria de imprensa do evento.

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