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Clima favorável antecipa a safra de citros na região norte do RS

Município de Liberato Salzano lidera a produção


O município de Liberato Salzano lidera a produção de citros em toda a região. A associação de citricultores estima uma safra positiva, com preço satisfatório – se comparado com o mesmo período do ano passado
 
Produtor de citros há 20 anos, o agricultor Jocemar Marta – de Liberato Salzano – prevê uma excelente e antecipada safra de frutas. “Esse ano está se apresentando como excelente para a produção, em função do clima favorável. Compensando o ano passado, em que sofremos com a estiagem, agora está chovendo bem”, indica o experiente produtor.

Por conta da situação climática cômoda, segundo Jocemar, os frutos estão com qualidade superior, e a safra está antecipada. “Acredito que esse fenômeno esteja ocorrendo por conta da seca do ano passado. Notamos esse adiantamento principalmente na cultura da bergamota, que já estamos colhendo há dias, enquanto nesse período em 2012 nem tínhamos começado a colheita”, exemplifica.

O primeiro pomar da família foi plantado há 20 anos, que hoje somam um total de três hectares de citros, compostas pelas culturas de laranja de umbigo – três variedades – e bergamota – quatro variedades –. Para o agricultor, o mercado regional tem absorvido bem a produção. “Eu quero ampliar ainda mais a plantação de bergamotas, pois o mercado está cada vez melhor”, garante Jocemar.
O agricultor acrescenta que hoje o incentivo é grande para quem pretende iniciar no ramo, com prazos acessíveis, além de a compra ser garantida, quando começar a produzir. “Em Liberato Salzano temos quase dois mil hectares de frutas plantadas, mas na minha opinião deveriam plantar mais, porque às vezes as industrias compram mercadoria de fora, por não ter o produto aqui”, comenta.

Falta de frutas no mercado

Diferente do que acredita Jocemar, o representante da Associação de Citricultores de Liberato Salzano, Leandro Rubini, não vê uma safra antecipada.

Para ele, o que está acontecendo é a falta de frutas no mercado. “Com essa ausência de oferta, os compradores estão procurando a mercadoria mais cedo. Mas a fruta ainda não está no ponto ideal, na minha opinião”, aponta.

Rubini diz que a maturidade que cada planta atinge nessa época depende da variedade. As espécies precoces já devem estar entrando em fase de maturação. “Na nossa região as variedades mais populares são laranjas e bergamotas. No caso das bergamotas, essas devem estar em plena fase de maturação. A laranja Bahia é a mais produzida por aqui, a Iapar é outra variedade bastante popular – as suas colheitas ocorrem entre o fim de abril e início de maio”, comenta.

Ele avalia que a região ao entorno de Liberato Salzano é uma das maiores produtoras do Estado. O que precisa de investimento, segundo Rubini, são as variedades precoces, pois o forte dos produtores é de ciclo médio, que já somam um grupo de em torno de 510 agricultores já investem nessa cultura, somente no município. Apesar disso, a principal atividade agrícola é a plantação de fumo.
Preço em alta
Rubini expõe que o preço está favorável para comercialização, em principio para frutas de mesa. A laranja de umbigo, por exemplo, está sendo comercializada por um valor de R$ 14 por caixa, podendo chegar a R$ 17, conforme a qualidade do produto. No caso da laranja Iapar, a comercialização está em torno de R$ 0,25 ao quilo. “No ano passado, foram praticados preços bem menores do que isso”, estima.

Investimento a longo prazo

Para começar a produção de citros, o agricultor precisa estar ciente que levará em torno de quatro anos para começar ter algum retorno. “Estamos tendo um pouco de dificuldades para implantar essa cultura futurista nos nossos agricultores. Não decresceu o plantio, mas ele estagnou. Estamos fomentando a plantação de variedades precoces, que estariam em maturação agora, e essa é uma deficiência da nossa região. Queremos trazer o fruticultor a diversificar dentro da citricultura, para ter mais frutas ao longo do ano, e não ter o trabalho concentrado em uma época só”, conta.

Em Liberato Salzano existe uma industria de sucos que absorve boa parte da produção. Mesmo assim, o excedente é encaminhado para a região de Bento Gonçalves. Já os produtos de mesa são vendidos principalmente para Porto Alegre, Passo Fundo e para o Estado do Mato Grosso. “A nossa fruta de mesa tem um sabor bem diferenciado devido ao clima, isso faz com que a procura aumente cada vez mais”, conclui.
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