CI

Clima não favorece ferrugem asiática

Nos últimos 45 dias, a região centro-sul do país vem passando por um período de poucas chuvas


Foto: Aline Merladete

Ferrugem Asiática - Constatada pela primeira vez no Brasil em 1979, foi motivo de grande preocupação devido a seu alto potencial de danos nos países asiáticos. A doença manifesta-se de forma irregular. O sintoma da doença é caracterizado por pequenos pontos com menos de 1 mm de diâmetro, de coloração pardo-avermelhada, na parte superior da folha. Em infecções severas as lesões podem coalescer, formando grande manchas castanhas, e causar amarelecimento e queda da folha. Na fase inicial pode ser confundida com septoriose, porém, difere desta por apresentar coloração mais avermelhada e pela ausência de halo amarelado ao redor da lesão. Na parte inferior da folha, a lesão é de coloração castanho-clara a castanho-escura, tendo uma pequena elevação no centro, de coloração mais clara. Essa parte mais clara do centro constitui a cutícula que cobre a massa de uredósporos produzida no interior do tecido da folha. Como medidas de controle recomendam-se: não semear a soja fora da época e utilizar variedades resistentes.”

Fonte: Ufersa

“ [...] as variáveis climáticas, principalmente temperatura e molhamento foliar sobre a capacidade dos fungos infectar e provocar doenças na parte aérea da soja. [...] A presença do molhamento é fundamental para a ocorrência da doença, já que a presença ou ausência da água livre na superfície foliar determina a possibilidade de germinação dos esporos e consequentemente a ocorrência da infecção. [...] o fungo foi capaz de germinar entre as temperaturas de 7° e 28°C, com faixa ótima de 15º a 25ºC. Infecções ocorreram com temperaturas entre 20°C e 25°C e 6 horas de duração de molhamento, sendo que taxas de infecções máximas ocorreram entre 10 a 12 h de molhamento”

Fonte: redalyc

“o vento pode atuar como agente de disseminação de esporos de doenças, como a ferrugem asiática"

“no Brasil, a disseminação ocorre do Norte para o Sul”

"A sobrevivência de esporos no ar é fortemente afetada por outros fatores ambientais, como temperatura, radiação solar e ultravioleta, e umidade relativa. Esporos transportados por ventos predominantes são depositados na superfície de outras folhas de plantas hospedeiras. Em condição de água livre na superfície da folha, germinam entre 12 a 14 horas, sob temperaturas ótimas (18 a 26 °C). Umidade relativa entre 75% e 80% é geralmente necessária à germinação de esporos e à infecção foliar. Portanto, elevada frequência de chuva e de intensidade de orvalho são favoráveis às infecções e ao desenvolvimento da doença."

"A radiação solar, temperatura e precipitação pluviométrica, entre outros fatores exercem efeito direto na epidemia de P. pachyrhizi. A radiação solar reduz a sobrevivência dos esporos da doença ao longo do extrato foliar das plantas de soja [...]"

"A intensa nebulosidade associada a chuvas excessivas, além de fornecer condições favoráveis de temperatura e umidade à infecção das plantas, protegem o patógeno da luz solar direta, intensificando o desenvolvimento de epidemias."

“[..] a maior frequência de ocorrência da precipitação pluvial (chuva), mesmo que com menor quantidade, pode-se determinar o surgimento da ferrugem-asiática, em virtude de aumentar a umidade relativa do ar e manter água livre sobre as folhas da saia das plantas (baixeiras), por um período mais longo. [...]”

Fonte: Embrapa

Estádios em que foram detectado ferrugem pelo mapa Consórcio Ferrugem em Dezembro:

“R4 - Vagem completamente desenvolvida - Vagem com 2 cm de comprimento, num dos 4 últimos nós do caule, com folha completamente desenvolvida
R5 - Início do enchimento do grão - Grão com 3 mm de comprimento em vagem, num dos 4 últimos nós do caule, com folha completamente desenvolvida
R6 - Grão cheio ou completo - vagem contendo grãos verdes, preenchendo as cavidades da vagem de um dos 4 últimos nós do caule, com folha completamente desenvolvida”

Clima desfavorece doença nesta safra

Houve detecção de esporos e até mesmo da identificação da ferrugem em algumas lavouras do centro-sul do país, em particular no sul de São Paulo, nas regiões de Piraju, Itaberá, Santana do Itararé e Pilar do Sul. Já no Paraná, os registros foram em Ibiporã, Rolândia, Ubiratã, Entre Rios do Oeste, Santa Helena e Mariópolis. E, por fim, no estado do Rio Grande do Sul, conforme os registros do Consórcio Antiferrugem, houve a detecção de esporos em Erechim e ferrugem em Tupanciretã.

Contudo, as condições climáticas não estão atuando como um facilitador da proliferação do fungo, visto que para a disseminação dos uredósporos, é necessário altos índices de umidade relativa do ar, molhamento foliar e pouca incidência de radiação solar. 

Segundo levantamento feito pelo Agrotempo, nos últimos 45 dias, a região centro-sul do país vem passando por um período de poucas chuvas (áreas avermelhadas) com localidades onde em pelo menos 40 dias não houve o registro de chuvas, sobretudo na metade oeste dos três estados do sul e pontualmente ao sul de SP. Além disso, os volumes das chuvas estão abaixo da média, sendo também um fator limitante na produtividade da soja. Ao norte do PR as estações de Paranapoema e Querência do Norte, registram acumulados inferiores aos 10 mm nos últimos 30 dias. Outra região com poucas chuvas nestes últimos 45 dias é no Noroeste Rio-Grandense.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.