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Clima seco beneficia colheita de olerícolas e frutas no RS

A colheita da primeira variedade da uva a maturar, encaminha-se para o final


O clima seco tem sido favorável a alguns hortifrutigranjeiros, apesar do impacto negativo registrado em culturas como milho e feijão, que se encontram na fase de floração e formação de grãos, e nas folhosas, nas quais o calor provoca intensa evapotranspiração. São os casos dos cultivos de alho e tomate, e dos pomares de amora-preta, uva e maçã, todos já em fase de colheita. As informações são referentes ao período compreendido entre os dias 8 e 14 de dezembro, coletadas pelos técnicos da Emater/RS-Ascar nos 492 municípios do Estado onde a Instituição possui escritórios. O documento na íntegra está disponível no site:
www.emater.tche.br.

Segundo o levantamento, no caso do tomate, iniciou-se a colheita da safra do cedo nos locais mais tradicionais de cultivo, como Nova Bassano e Caxias do Sul. Os frutos apresentam ótima qualidade e sabor, e as plantas, favorecidas pelo tempo seco, preservam a sanidade. A colheita da safra de alho também foi favorecida pelo tempo - restam apenas 10% da área cultivada. Na Serra, principal região de cultivo, a produção é considerada dentro da média anteriormente verificada, porém, bem abaixo da esperada e da média histórica da região, de 10 t/ha.

Em relação às frutas, a amora-preta, além de a colheita já ter alcançado 60% da área plantada, apresenta produtividade e qualidade de frutos consideradas excelentes pelos técnicos. A colheita das variedades superprecoces de maçã implantadas nos locais de mesoclima mais quente também teve início, com frutas apresentando pequeno calibre, mas boa sanidade e sabor. Muitas áreas requerem suplementação hídrica para evitar queda de frutos e a maturação forçada da produção. Recentemente, muitos pomares foram atingidos por granizo, o que provocou elevadas perdas, que ainda estão sendo contabilizadas.

A colheita da primeira variedade da uva a maturar, cultivada nos Vales dos Rios Caí e das Antas, encaminha-se para o final, com cachos de tamanhos variáveis, porém de ótimo sabor. Já nos locais de maior altitude, algumas áreas estão em recuperação devido às recentes chuvas, mas a grande maioria registra escassez hídrica, perda de rendimentos e morte de plantas. Devido a essa situação, alguns viticultores se veem forçados a derrubar a produção na tentativa de salvar as plantas.

Apesar de positivo para as culturas em fase de colheita, o calor tem prejudicado o desenvolvimento, principalmente de folhosas, por aumentar a evapotranspiração. Conforme avaliam os técnicos da Emater/RS-Ascar, este fato já se reflete na diminuição da oferta de produtos em vários mercados locais do interior, com consequente aumento do preço final para os consumidores. Essa situação vale principalmente para a alface, couve, rúcula, repolho, pimentão, cenoura, beterraba e pepino.


A preocupação com a estiagem se generaliza entre os produtores rurais, pois a falta de água afeta o desenvolvimento das lavouras e pastagens. Já foram registrados os primeiros sinais de diminuição quanto à expectativa de produção em vários municípios e os primeiros pedidos de Proagro (seguro) são efetuados, principalmente para a cultura do milho, espécie que, no momento, é a mais afetada por estar em fase de floração.

Os campos nativos também estão sofrendo com a falta de umidade do solo e as pastagens anuais e perenes de verão estão com a taxa de crescimento e a capacidade de rebrote reduzidas. As lavouras de milho destinadas para a produção de silagem também são afetadas pela deficiência de água, reduzindo a produção inicialmente esperada. Em todo o Estado, aumenta a expectativa de chuvas nos próximos dias, o que poderá frear os prejuízos ainda não quantificados.

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