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CNA pede apoio à FPA para mudanças no Plano Agrícola

Kátia Abreu defende a idéia de implantar um plano intermediário de 18 meses para a próxima safra


Senadora Kátia Abreu se reúne com a entidade e defende a idéia de implantar um plano intermediário de 18 meses para a próxima safra (2013/2014)

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, defendeu mudanças no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para permitir ao produtor rural um melhor planejamento da sua atividade. O tema foi abordado nesta terça-feira (14/5), em encontro promovido pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), quando apresentou as propostas da CNA para o PAP 2013/2014, que deverá ser anunciado no início de junho. Durante a apresentação, pediu o apoio da frente às alterações sugeridas pela entidade, entre as quais a ampliação do prazo de vigência do plano e da cobertura do seguro rural para a área plantada. “Nos últimos anos, tivemos aumento de crédito e o barateamento dos juros. Mas hoje precisamos de mais seguro e planejamento”, afirmou a senadora.


Em relação ao maior prazo de vigência do PAP, a ideia é implantar um plano intermediário de 18 meses para a próxima safra (2013/2014), que evoluiria para um PAP plurianual, a partir de 2015, com duração de quatro a cinco anos. “Não dá mais para ter um plano anual. Hoje, temos um calendário às avessas. Quando o Governo lança o plano, o produtor já comprou seus insumos sem planejamento, porque as empresas que entregam os insumos são as mesmas que comercializam a colheita da nossa produção. Precisamos de mais planejamento para evitar que o produtor fique descapitalizado antes da hora”, ressaltou a senadora.

Outro ponto defendido pela presidente da CNA foi a ampliação do seguro agrícola. Segundo ela, apenas 6% da área plantada no Brasil é coberta pelo seguro. Nos Estados Unidos, este percentual é de 86%. Para expandir a cobertura, a senadora propôs o aumento gradativo do volume de recursos para os próximos anos, até que o montante chegue a R$ 2 bilhões em 2015, o suficiente para cobrir 50% da área plantada no Brasil. Para o próximo ano, a CNA pediu R$ 860 milhões para o seguro. Neste contexto, a senadora defendeu, também, que a subvenção do prêmio do seguro chegue diretamente para o produtor. Hoje, os bancos fornecem o dinheiro para as seguradoras, que por sua vez os repassam ao produtor a um custo maior. “O dinheiro tem que ir direto para a mão do produtor rural”, justificou.

A presidente da CNA reforçou, também, a necessidade de um plano de armazenagem de grãos. Neste contexto, a proposta da entidade é a criação de uma linha de crédito de R$ 1,7 bilhão, o que ajudaria na construção de armazéns, principalmente no Nordeste, que tem sofrido com a falta de locais para estocar milho para suprir a oferta do grão na região. Hoje, a capacidade de armazenagem de grãos no Brasil é de 70% da safra. Apenas 13,6% das propriedades brasileiras possuem armazéns. Nos Estados Unidos, mais de 50% das propriedades dispõem de infraestrutura para armazenagem.


Ela falou, ainda, sobre o potencial de irrigação do Brasil, que hoje é de 30 milhões de hectares. No entanto, apenas cinco milhões de hectares são utilizados para esta finalidade, dos quais 90% com recursos privados e apenas 10% com financiamento oficial. Segundo a presidente da CNA, 10 Estados respondem por 70% do potencial de irrigação no País, com destaque para o Tocantins, que tem uma área irrigável de 4,6 milhões de hectares, e Amazonas, com uma área com 2,5 milhões de hectares. Outro ponto importante, que deve ser anunciado pelo Governo ainda este ano, é a criação de uma agência de extensão rural, voltada principalmente à classe média rural, que consome apenas 11% dos insumos tecnológicos voltados para a atividade agropecuária. “Temos uma classe média à mercê dos insumos”, afirmou a senadora, mencionando, ainda, outras necessidades do setor rural, como o fortalecimento da pesquisa e inovação e o incremento da produção leiteira no País.

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