CI

CNA prevê elevação das exportações agropecuárias


As exportações agropecuárias brasileiras poderão crescer até US$ 8 bilhões, em quatro anos, com a entrada do País na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Ontem, em reunião com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o setor produtivo defendeu maior participação nas negociações internacionais.

Na opinião do presidente do Fórum Nacional Permanente das Negociações Agrícolas Internacionais, Gilman Viana Rodrigues, há falta de coordenação na estratégia negociadora do governo. Segundo ele, é necessário que o Itamaraty espelhe a vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em aumentar as exportações agropecuárias.

A avaliação de Viana Rodrigues é de que o País caminha para um cenário de crescimento econômico, uma vez que se vislumbra estabilização cambial, redução do risco Brasil e dos juros. Com isso, haveria uma aumento da demanda por importações e, para não haver déficit cambial, o Brasil deveria estimular as exportações.

Viana Rodrigues alegou que é preciso trabalhar para que os acordos internacionais não representem apenas a abertura do mercado brasileiro para produtos estrangeiros, mas também novas oportunidades de exportações para os produtores nacionais, tornando equilibrada a balança comercial.

No entanto, Viana Rodrigues acredita que a proposta do Mercosul nas negociações internacionais é conservadora. "O ambiente negociador não tem privilegiado as propostas agrícolas, causando descompasso com a oportunidade que o Brasil tem", avalia Viana Rodrigues. Segundo ele, na oferta do bloco econômico sul-americano, há prejuízo para os produtores rurais brasileiros, em especial nas áreas de açúcar e de carne suína.

No segmento de açúcar foi adotada a argumentação da Argentina, que trata o produto como "sensível", com a situação se repetindo quanto à carne suína. O presidente do fórum espera que as sugestões do segmento sejam consideradas na elaboração das propostas a serem apresentadas pelo Brasil no próximo encontro da Organização Mundial de Comércio (OMC), que ocorrerá no mês de setembro em Cancun, no México.

No encontro na CNA, o ministro Roberto Rodrigues reiterou que a posição do governo é de trabalhar sempre de forma articulada com o setor privado. "Ou negociamos tudo, ou não negociamos nada. Ou a agricultura é tratada no mesmo grau de interesse e de intenção dos demais setores da economia, ou não tem Alca, OMC, nem nada", disse o ministro.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.